18/01/2013 - 21:00
Conheça, em vídeo, todos os cômodos da casa:
NA PLANTA
Do design aos materiais, tudo foi pensado para fazer dessa casa um exemplo
País com 7,4 mil quilômetros de litoral ensolarado, o Brasil é o palco perfeito para realizar o sonho de uma casa com piscina à beira do mar. E cada vez mais aparecem obras de arquitetos e engenheiros dispostos a esverdear esse sonho. Um belo exemplo dessa tendência é a casa que ocupa estas duas páginas. Num condomínio fechado a dois quilômetros de Angra dos Reis, a Casa Folha parece se camuflar entre as palmeiras à beira-mar. Mas basta observar o local de um ângulo mais elevado para perceber que o imóvel se destaca de todas as outras construções ao redor. E isso não se deve apenas ao telhado em formato de folhas (característica que deu nome à casa).
INTEGRADA À PAISAGEM
Vista do alto, a casa se assemelha a uma folha
Várias funcionalidades foram pensadas para que a construção não só se integrasse esteticamente à paisagem, mas para que causasse o menor dano possível à natureza. Uma das inovações mais inspiradas é a tubulação que corre do centro do telhado ao interior da casa. Por meio dela, 60% da água que cai no telhado é recolhida, filtrada e usada na piscina e nos jardins. Com o primeiro andar quase totalmente aberto ao vento marinho, o ar-condicionado nos quartos superiores quase nunca é usado.
“É o que chamamos de ecoeficiência ‘low-tech’”, explica Ivo Mareines, um dos autores do projeto. Ele se refere ao maior aproveitamento possível dos recursos que o ambiente tem para oferecer. Mas o esforço em prol da sustentabilidade não para por aí. Estende-se aos materiais usados para tornar a obra ainda mais ambientalmente correta.
ÁGUA NOS CONTORNOS
Uma piscina que aproveita a água da chuva sai
do jardim e acompanha o traçado da casa
CONTA DE LUZ
Durante o dia, o sol ilumina os ambientes; à noite, são as lâmpadas de LED
Do tipo de madeira do telhado à iluminação que consome pouca energia, foi preciso garimpar. “Pesquisamos muito para descobrir quem é o fornecedor de cada material utilizado. Muitas vezes temos que importar, porque as fábricas da Europa não planejam produzir no Brasil. Aí o preço fica duas, às vezes quatro vezes maior”, comenta Mareines. Apesar disso, o arquiteto afirma que o custo de uma casa que respeita parâmetros sustentáveis é apenas cerca de 10% maior do que o de uma habitação convencional. Não é um percentual desprezível. Com área construída e terrenos similares, uma casa convencional é vendida por cerca de R$ 7 milhões na região. O planeta agradece pelo dono da casa folha ter gastado esses 10% a mais.
Foto: Leonardo Finotti, Pedro Lobo
