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MERCADO
Corretora há um ano e meio na Flórida, Danielle Martins
costuma atrair seus potenciais clientes ainda no Brasil

"Não passava uma semana sem que algum brasileiro me pedisse dicas para comprar imóveis na Flórida", diz Helena Grossberg, sobre o tempo em que trabalhava com logística em empresas de transporte de cargas nos Estados Unidos. Foi por isso que, quando ficou desempregada, a técnica resolveu tirar uma licença para trabalhar como corretora de imóveis em terras americanas. Helena não está sozinha. Na sala em que assistiu, no ano passado, às 60 horas de curso para conseguir sua habilitação profissional, outros 15 brasileiros assinavam a lista de presença entre os 200 alunos. Na imobiliária em que trabalha, a Elite International Realty, em Miami, mais da metade dos corretores, 45 profissionais, também são seus conterrâneos. Os brasileiros já estão em segundo lugar na lista de estrangeiros que mais compram imóveis em Miami e Orlando, atrás apenas dos canadenses, e, interessados nesses consumidores, empresas do setor contratam cada vez mais profissionais que compartilham língua e cultura com os potenciais clientes.

A função desses corretores não é apenas apresentar os imóveis, mas também explicar os contratos e pontos específicos da legislação americana, relacionados, por exemplo, a questões tributárias e de linhas sucessórias. As diferenças dessas legislações em comparação às brasileiras, assim como as peculiaridades do público, também precisam ser aprendidas pelos profissionais do Brasil. ?A importância dos brasileiros tem sido tão grande que eu já fiz até palestra na Associação Nacional de Corretores para explicar as demandas específicas deles?, diz Fabiana Pimenta, que há oito anos trabalha no mercado imobiliário da Flórida. A empresa em que Fabiana atua, a Fortune International Realty, em Miami, está agora lançando um empreendimento voltado exclusivamente para brasileiros, ao custo de US$ 2 milhões por unidade, em Sunny Isles. Além do material de apresentação em português, o prédio terá características muito desejadas pelos clientes do País que procuram apartamentos por lá: dependências de babá e empregadas, entrada privativa e área interna maior. ?Os brasileiros, em sua maioria, procuram imóveis mais luxuosos e para usar nas férias?, diz Fabiana.

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EXPANSÃO
Acima, Fabiana Pimenta: palestras para os novos corretores.
Abaixo, time de profissionais brasileiros da imobiliária Elite International Realty

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Pesquisa da Associação Nacional de Corretores (NAR, na sigla em inglês) mostra que quase metade dos compradores brasileiros quer apenas um imóvel para férias e não passa mais de dois meses por ano nele. O preço médio da propriedade adquirida por esse público é entre US$ 200 mil e US$ 300 mil, maior que a média do mercado total de estrangeiros, US$ 194 mil. Para os corretores brasileiros, isso é ótimo, já que o pagamento é feito por comissões que variam entre 2% e 5% dos valores das vendas. ?Um corretor pode ganhar em média US$ 120 mil por ano em comissão. Se ele for bom e se especializar em imóveis de luxo, esse valor pode ser ainda maior?, afirma Helena, da Elite International. Entrar nesse mercado, porém, não é simples. Além do visto para trabalhar nos Estados Unidos, é preciso frequentar um curso da NAR e ser aprovado em uma prova que tem conteúdos de matemática, direito e ética. A licença obtida precisa ser renovada a cada dois anos.

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Quem consegue a carteira profissional tem que partir para o passo seguinte, que é achar os compradores. ?O ideal é buscar os clientes antes de eles saírem do Brasil. Para isso, participamos de eventos e fazemos parcerias, por exemplo, com imobiliárias e concessionárias de carros de luxo no País?, explica a advogada Danielle Martins, corretora há um ano e meio na Flórida. Com imóveis de luxo a preços atraentes, se comparados com os das grandes cidades brasileiras, e facilidades de financiamentos para estrangeiros, a Flórida se tornou não apenas um destino de férias, mas um grande mercado de trabalho para os brasileiros. ?Miami está se transformando em uma das melhores metrópoles do Brasil?, brinca Danielle.

Fotos: Roberto Duarte/Ag. Istoé


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