O calor, a falta de chuvas e a sede fez sua primeira vítima: a distribuição de água nos grandes centros. Para evitar uma crise de abastecimento, as distribuidoras iniciaram uma campanha contra o desperdício. Em São Paulo, o consumo aumentou 10% e passou dos 15% em cidades litorâneas, como o Guarujá. O nível das represas também caiu. O caso mais grave ocorre em Guarapiranga, que funciona com um quarto (26%) da capacidade. Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), os níveis baixos são esperados nesse período do ano, quando há poucas chuvas. “As temperaturas estão muito mais altas que nos anos anteriores”, diz Marcelo Seluchi, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos.

No Rio de Janeiro, o abastecimento ficou comprometido nas regiões supridas por mananciais de serra. O drama maior está no sistema Acari, que abastece parte dos municípios de Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Queimados e Japeri, num total de 560 mil pessoas, cuja capacidade de abastecimento foi reduzida pela metade. Segundo a Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae), a saída é evitar desperdícios até que a chuva, escassa em outubro, volte a cair. A previsão é de que no verão de 2003 não haverá falta d’água. A partir de novembro, promete a meteorologia, as chuvas voltam a cair forte.