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Assassinatos de policiais militares seguidos por homicídios de civis protagonizados por homens encapuzados viraram rotina em São Paulo. Desde 2006, quando o crime organizado realizou uma série de ataques e deixou um saldo de 652 assassinatos em dois meses, os paulistanos não conviviam com taxas de violência tão elevadas. A guerra não declarada entre o poder público e os bandidos resultou em 176 homicídios na capital só em outubro, segundo dados mais recentes, o mês mais violento do ano, e assustou a população, submetida, em muitas regiões, a toques de recolher.

A postura adotada pelo governo foi negar a crise, o que adiou sua solução. O então secretário de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, dizia que os homicídios eram casos isolados. A primeira reação do governo aconteceu apenas em 29 de outubro com o início da Operação Saturação, que ocupou a favela Paraisópolis, na capital, e, mais tarde, foi estendida a outras comunidades. Até o dia 15 de dezembro, 171 pessoas haviam sido presas. Em 6 de novembro, o Estado aceitou uma parceria com o governo federal para tentar conter a violência. Entre as ações, foi anunciada a criação de uma agência de inteligência de atuação integrada e a transferência de presos para presídios federais.

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O quadro só começou a mudar, porém, quando Ferreira Pinto foi substituído, em 22 de novembro, por Antonio Grella Vieira. O novo secretário admitiu a gravidade da situação e trocou o comando das polícias civil e militar. Para Hédio Silva Jr., o ex-secretário estadual de Justiça e Defesa da Cidadania de São Paulo, Grella acertou ao focar em investimentos na área de inteligência policial e na retomada do papel de investigação da Polícia Civil, enfraquecida na gestão anterior. “A estratégia me parece correta e capaz de, em curto prazo, alcançar avanços efetivos”, acredita. Esse é o desafio para 2013.