CARLA-Cepollina-4.jpg

 

A advogada Carla Cepollina, 47 anos, foi absolvida, na noite desta quarta-feira (7), da acusação de que teria matado a tiro o coronel Ubiratan Guimarães, com quem namorou, assassinado em setembro de 2006. Após três dias de julgamento, realizado na Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, o júri – formado por seis homens e uma mulher – declarou a ré inocente, rejeitando a tese da acusação de que ela o matou após ter uma crise de ciúmes, ao saber que ele mantinha um relacionamento com outra mulher. O júri foi comandado pelo juiz Bruno Ronchetti de Castro. A absolvição foi anunciada às 19h15. Cabe recurso da decisão.
 
Única acusada pelo crime, ela respondia por homicídio qualificado por motivo torpe e por ter cometido o crime com a impossibilidade de defesa da vítima. Em caso de condenação, a pena poderia variar entre 12 e 30 anos de reclusão.
 
Conhecido por ter comandado a operação policial que resultou no massacre do Carandiru, em 1992, o coronel Ubiratan foi encontrado morto com um tiro no abdome, nu e enrolado em uma toalha de banho, em seu apartamento. Carla Cepollina sempre negou as acusações e, durante o julgamento, alegou ter sido escolhida como "bode expiatório" pela Polícia Civil que, segundo ela, não conseguiu encontrar o verdadeiro autor do crime.
 
Durante o júri, o promotor de Justiça João Carlos Calsavara e o advogado Vicente Cascione, que representa a família da vítima, apresentaram os seguintes argumentos para tentar comprovar que ela era culpada: o fato de ter sido a última pessoa vista deixando o apartamento; os indícios de que era a única pessoa no local do crime no momento em que teria sido disparado o tiro; de a vítima não ter dado "sinal de vida" após o contato com a ré; e a discussão ao telefone, motivada por uma crise de ciúmes, com Renata Madi, delegada da Polícia Federal, que mantinha um relacionamento com o coronel na época.
 
A sustentação da defesa da advogada Carla Cepollina foi feita em cima da tese de que não há provas suficientes para que ela seja condenada pela morte de seu ex-namorado, o coronel Ubiratan Guimarães, em setembro de 2006. Os advogados desqualificaram a investigação da polícia, traçaram um perfil psicológico e familiar baseado em valores morais e se sustentaram no laudo necroscópico, pelo qual seria possível concluir que a morte do coronel aconteceu no período em que Carla esteve no apartamento, em 9 de setembro.