Alan Rodrigues

Ativismo: Gregory criou uma fundação que atua em vários países

Ele já estampou a capa do The Times Magazine, revista do jornal inglês The London Times, foi recebido por Mickail Gorbachev e Bill Clinton, está se preparando para o doutorado de matemática e há três anos tem sido indicado para o Prêmio Nobel da Paz. E isso com apenas 14 anos. Apesar do sorriso de menino, o americano Gregory Smith surpreende não apenas por sua genialidade, mas também pela serenidade com que convive com ela. Fundou a International Youth Advocates, uma organização que atua em vários países em defesa de crianças em situação de risco, inclusive no Brasil. Em sua segunda visita ao País, veio para abrir o Congresso Pitágoras de empreendedorismo – um novo passo na educação, realizado em São Paulo, nos dias 20 e 21. A Rede Pitágoras mantém 400 escolas no Brasil e seis no Japão. “Quero dizer aos professores que ouçam as crianças para saber como elas querem crescer e aprender”, disse Gregory, que cobra US$ 10 mil por apresentação.

O ativismo do garoto começou bem cedo. Aos sete anos, terminando o ensino básico, criou sua primeira instituição, a IEM – Inspiration, Education and Motivation, e não perdia uma reunião na vizinhança. Às crianças dizia que dessem duro para garantir seu futuro e aos adultos, que as motivassem para isso. O destino de crianças que não tinham, como ele, conforto material e familiar começou a incomodá-lo quando ele deveria estar largando a chupeta. “Aos quatro anos, ele via o noticiário da tevê e não se conformava com o sofrimento infantil em países pobres ou em guerra. Dizia que tinha de fazer algo”, relembra o pai, o biólogo Robert Smith, 50 anos. Ele e a esposa, Janet, contam que não foi fácil lidar com a genialidade do filho, apesar da imensa alegria que isso proporciona. “Greg sempre foi tranquilo, mas tivemos que mudar várias vezes de casa, de cidade em busca de escolas adequadas”, conta Smith.

O garoto imberbe, que fala como gente grande, não parece ter sofrido para se adaptar à sua genialidade. Diz que se dá bem tanto com a turma na faculdade quanto com os adolescentes com quem joga bola. “Da mesma forma que discuto problemas de matemática converso com os meninos da minha idade. Gosto de futebol e basquete”, assegura. Quanto à namoradas, confessa: “Estou começando a pensar no assunto.” Greg pensa muito e alto. Quer ser presidente de seu país. “O presidente dos EUA pode mudar a face do mundo”, diz. Só que ele terá de esperar 21 anos para isso. Por mais que falte genialidade na Casa Branca, 35 é a idade mínima exigida pela Constituição americana para a candidatura.