Que ecologia, que nada. Pelo que se viu nas passarelas do Salão do Automóvel de Paris 2002, a tendência da nova geração de carros é uma
só: imitar o conforto e a decoração de casa, com muito luxo. Na abertura do evento, que vai até o dia 13 de outubro, dois deles chamaram
a atenção, a Enzo Ferrari, de produção limitada, e a limusine Maybach, da DaimlerChrysler.

O glamouroso universo das rodas foi sintetizado no carro batizado em homenagem a Wilhelm Maybach, projetista do primeiro Mercedes e parceiro de Gottlieb Daimler. Seus estofados elétricos se aquecem, e suas janelas são cobertas por uma membrana que filtra os raios ultravioleta, o que permite controlar a luminosidade interna. Sem contar o sistema localizador por satélite (GPS), que dita o caminho em voz alta, as leitoras de DVD, os dois telefones, o mini-bar e as poltronas traseiras reclináveis, que lembram a primeira classe de um avião.

A limusine alemã concorre com as inglesas Rolls-Royce e Bentley, e custa entre 310 e 375 mil euros (de 1,1 milhão a 1,35 milhão de reais), dependendo do comprimento do carro, de 5,73 ou 6,17 metros. Sob o chassis há um motor potente, de 550 cavalos.

Para os mais excêntricos, a grande vedete é mesmo a Ferrari batizada com o nome de Enzo, o criador da escuderia italiana. Seu motor de 12 válvulas e 660 cavalos, um esportivo por excelência, tem linhas e tecnologia que remetem à Fórmula 1. Os antigos proprietários de Ferrari têm preferência na compra dessa jóia, avaliada em 700 mil euros (2,5 milhões de reais). Sinônimo de alta velocidade na pista, a Ferrari vai fabricar só 349 exemplares.

Entre os modelos reservados ao comum dos mortais, o Citroën Pluriel é uma espécie de camaleão. A princípio, ele parece um modesto sedã, mas se transforma em conversível, ou ainda uma pick-up com dois assentos, quando sua traseira é rebaixada. Previsto para 2003, ao preço de 15 mil euros (55 mil reais), o Pluriel consome de 6 a 9 litros de gasolina para rodar 100 km.