Novas estrelas

O PT está tão confiante na vitória, agora ou no segundo turno, que já começou a sondar nomes para um eventual governo Lula.
A Bolsa de cotações para a primeira chamada de ministros já dá como certo o nome do governador gaúcho, Olívio Dutra, para a Agricultura. Outro nome praticamente certo é o do vice, José de Alencar, para o Desenvolvimento, Indústria e Comércio. O PL teria uma segunda pasta, ainda indefinida. José Dirceu é dado como pule de dez para a coordenação política. Benedita da Silva, se perder a eleição, seria recompensada com uma secretaria na área social. O maior volume de conversas, entretanto, está acontecendo no terreno pantanoso do Banco Central por causa do mercado. O coordenador do programa de Lula, Antônio Pallocci, já ouviu vários economistas. Há uma simpatia por dois banqueiros: o presidente do Banco Real, Fábio Barbosa, e o ex-presidente do Banco de Boston, Henrique Meireles, candidato a deputado pelo PSDB.

Bicudos

Ciro Gomes (PPS), o primeiro candidato a chegar nos estúdios da
Rede Globo para o debate dos presidenciáveis, reclamou quando
se viu sozinho. Foi salvo pela chegada de Garotinho (PSB), com
quem conversou animadamente. Em seguida, foi a vez de Lula (PT)
se juntar aos dois. Ao perceber que Serra (PSDB) estava para chegar, Ciro pediu licença aos adversários e saiu dos estúdios. Perguntado
se estava deixando o local para não cumprimentar o tucano,
respondeu: “Ele também não vai querer falar comigo.”

Frevo nanico

Em Pernambuco, a briga pela vaga do Senado é acirrada. Se engalfinham Carlos Wilson (PTB) e Sérgio Guerra (PSDB), apoiado pelo governador Jarbas Vasconcelos. Sérgio Guerra foi investigado no escândalo dos “anões do orçamento” e não consegue se livrar da nódoa. Carlos Wilson contratou um anão de verdade e o leva a todos os comícios. O anão repete sempre o mesmo refrão: “Sou anão de nascimento. Não sou anão do orçamento.” A Justiça de lá proibiu vincular o nome de Guerra aos anões e o juiz Ricardo Barreto mandou apreender reproduções das matérias de ISTOÉ que relembram o envolvimento de Guerra no escândalo.

Voando alto

O virtual governador de Minas, Aécio Neves, já rabisca seu plano de vôo. Quando José Serra patinava nas pesquisas, ele foi cogitado como plano B. Aproximou-se do PMDB, via Itamar Franco, e dos desgostosos do PSDB, através de Tasso Jereissati. Sepultada a estratégia de substituir Serra, se voltou para Minas e abriu seu palanque também para Lula. Quase eleito, já prega um pacto de governabilidade para o sucessor de FHC. Com planos para disputar a Presidência em 2006, articula uma bancada dos Neves com 40 deputados de Minas e mais 50 de outros Estados que ajudou na campanha.

 

Terror blond

Os aficionados por terror não estão apenas na equipe econômica. Na segunda-feira 28, no comitê dos tucanos em Maceió, a doce Rita Camata, vice de Serra, foi surpreendida fazendo ácidas previsões: “O Lula, eleito, não termina o mandato. Não passaria dez meses no governo. As pessoas não se aperceberam do risco que ele representa.”

Rápidas

Os deputados Moroni Torgan e Roberto Pessoa (CE) foram flagrados imprimindo santinhos de Lula com dinheiro do fundo partidário do PFL. Levaram um irado puxão de orelha da cúpula.

Tasso Jereissati e Antônio Carlos Magalhães foram apontados como os pés-frios da eleição. Perguntem a Roseana Sarney e a Ciro Gomes. Ambos derreteram após a adesão da dupla de caciques.

O PT vem preparando os ânimos para um arrocho em 2003 por causa do FMI e a responsabilidade fiscal. Os capitalistas nunca imaginaram o PT como discípulo aplicado de Milton Friedman.