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SOLÚVEL
Na presença de água ou de fluidos corporais, o novo chip torna-se biodegradável

Nascer, cumprir seu destino e morrer. Esse roteiro é comum a estruturas orgânicas e eletrônicas. A diferença é que as primeiras são absorvidas pelo ambiente e as segundas alimentam pilhas de lixo. Uma pesquisa liderada pela Universidade de Illinois (EUA) promete apagar a linha que separa o epílogo das vidas orgânicas e eletrônicas. Os cientistas criaram um chip feito de silício e magnésio capaz de se dissolver depois de um tempo programado quando exposto a água ou fluidos corporais.

O dispositivo foi testado em ratos e serviu para aplicar um medicamento bactericida. Depois de três semanas, os pesquisadores observaram a redução da infecção no local da ferida e encontraram apenas resíduos do implante, que depois desapareceu completamente. Os cientistas afirmam que a tecnologia pode ser usada em aparelhos eletrônicos.

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“Desde o início da indústria eletrônica, o objetivo dos designers foi construir equipamentos que durassem para sempre, com uma performance estável. Mas, se você pensar na possibilidade oposta – dispositivos que são desenvolvidos para desaparecer fisicamente de uma maneira controlada e programada –, oportunidades completamente novas se abrem”, diz John Rogers, professor de engenharia da Universidade de Illinois. O que determina a duração do dispositivo é a estrutura da “embalagem” do chip, feita de seda natural. “Dependendo da espessura da cobertura e de seu grau de cristalinidade, a dissolução pode demorar segundos ou anos”, diz Rogers.

Em 2010, pesquisadores da Universidade de Stanford (EUA) já haviam criado um chip biodegradável. A diferença é que ele era produzido a partir de uma combinação de substâncias menos eficientes na amplificação de sinais elétricos do que o silício, porém mais flexíveis. “Agora estamos trabalhando no aperfeiçoamento dos materiais”, diz Zhenan Bao, uma das autoras do estudo. Num futuro próximo, organismos e eletrônicos terão roteiro de vida comum: vieram do pó e ao pó voltarão. 

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