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De 2003 a 2009, as famílias brasileiras passaram a alocar fatia maior de seus gastos com saúde para a compra de remédios e o pagamento mensal do plano de saúde, em detrimento das despesas com consultas serviços de cirurgia e hospitalização, itens muitas vezes cobertos pelos planos. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os remédios respondem por 48,6% dos R$ 153,81 gastos mensalmente, em média, pelas famílias brasileiras.
 
A informação está na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009. Na edição 2002-2003 da pesquisa, a compra de remédios representava 44,9% do total de despesas com saúde. Já a fatia dos planos de saúde nas despesas passou de 25,9%, na POF 2002-2003, para 29,8%, na edição mais recente da pesquisa.
 
Na outra ponta, as consultas com dentistas e os tratamentos dentários foram os gastos que mais perderam espaço no total de despesas, passando de 9,3% na POF 2002-2003 para 4,7% segundo os dados divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE. Os serviços de cirurgia ficaram com participação de 2,8% na pesquisa de 2009, contra 4,1% na edição 2003.
 
Além disso, as diferenças em função do nível de renda são enormes, segundo o IBGE. Enquanto o gasto médio mensal por família no grupo dos 40% com menor renda é de R$ 53,45, as famílias no grupo das 10% mais ricas gastam em média R$ 563,69.
 
"Os remédios tiveram maior peso para as famílias de menor rendimento", destacou José Mauro de Freitas Jr., técnico da equipe da POF.

Na distribuição dos gastos também há diferenças. Para as famílias dos 40% mais pobres, os remédios representam 74,2% das despesas e os planos de saúde, 7,0%. No caso dos 10% mais ricos, a ordem se inverte: planos de saúde representam 42,3%, item com maior peso, enquanto os remédios ficam em segundo lugar, com 33,6%.