Num raro espetáculo, uma baleia jubarte exibiu-se na quarta-feira 26 aos banhistas que se refrescavam na orla
do Leblon, Ipanema e Arpoador, na
zona sul carioca. A baleia ameaçada
de extinção, que em média tem 16 metros de comprimento e pode pesar
25 toneladas, saltou, mostrou as grandes nadadeiras e bateu seguidas vezes a cauda no mar. Sabe-se que esses mamíferos estão retornando de sua temporada em Abrolhos, no litoral da Bahia. Lá, eles se reúnem durante o inverno e a primavera para se acasalar e ter seus filhotes.
O que não se sabe é o caminho que elas fazem da zona de reprodução, nos trópicos, até a região onde se alimentam, na Antártica, onde
passam o verão comendo plâncton e pequenos crustáceos.

Para descobrir as rotas migratórias das baleias foi desenvolvido, em conjunto com pesquisadores dos Estados Unidos e da Dinamarca, o Projeto Monitoramento de Baleias por Satélite, que iniciou sua segunda fase. A primeira etapa foi concluída em 10 de novembro, quando dez cientistas brasileiros fixaram transmissores em oito jubartes. “Precisamos de uma vara de sete metros para colocar o transmissor no dorso delas”, afirma José Luís Pizzorno, oceanógrafo do projeto. Estima-se que entre 2,7 mil e três mil jubartes frequentem a região de Abrolhos.

O sistema conta com seis satélites e, para obter o sinal, é preciso que haja coincidência entre a ida da jubarte à superfície para respirar e a passagem de um satélite pelo local. Até agora, o projeto captou o sinal de uma baleia nas proximidades de Santos (SP), a cerca de 400 quilômetros da costa. Conhecer as rotas migratórias das jubartes é importante para se descobrir se baleias de diferentes grupos se reproduzem entre si. “Uma população fechada é mais suscetível aos impactos ambientais. Se soubermos que as baleias de um mesmo grupo têm rotas diferentes, isso pode ser um indicativo de que elas são uma espécie mais robusta”, analisa o oceanógrafo.

O uso de controles eletrônicos também será de grande ajuda em
um projeto criado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para deter a exploração
ilegal de mogno na Amazônia. A idéia do Sistema Integrado de Monitoramento e Controle dos Recursos e Produtos Florestais, iniciado
na semana passada, é colocar na madeira um selo em código de
barras que contenha informações sobre a origem da madeira, a espécie
e o volume transportado. Esses dados permitirão maior controle por
parte do Ibama, que estima que cerca de 60% de todos os
produtos florestais comercializados no País têm origem ilegal.