O papel de todo artista, diz a música popular, é ir aonde o povo está. Por isso, o japonês Haruki Nishijima acertou na mosca ao escolher a estação da Sé, a mais movimentada do metrô de São Paulo, para exibir uma de suas obras criadas com o auxílio da tecnologia digital. A partir deste final de semana, os passageiros que por ali passarem vão conferir o que se pensava invisível: a cor do som. O artista percorreu as ruas da cidade para gravar alguns ruídos, que serão transformados em feixes de luz colorida projetada numa sala escura. Usando um fone de ouvido, o visitante confere a representação
visual dos barulhos, seja a buzina de um carro, seja o bate-estaca
numa construção.

O trabalho de Nishijima é um entre as quatro dezenas de obras produzidas em laboratório que investigam o uso de tecnologias
de ponta em nove países, entre eles, Índia, México, Holanda, Espanha, Austrália e Canadá. Nada de telas, tintas ou cavalentes. As criações exibidas no simpósio internacional Emoção Art.ficial, que acontece no Instituto Itaú Cultural, na avenida Paulista, entre 11 de agosto e 13 de outubro, abusam dos efeitos sonoros, das imagens tridimensionais e dos sensores eletrônicos.

Fora da mostra do Itaú Cultural, mas um dos destaques do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, o File, a brasileira Giselle Beiguelman é outro nome de vanguarda da arte digital. Ela criou na internet um elo de diálogo com seu público, que até o próximo dia 20 pode enviar pelo site www.desvirtual. com/egoscopio as mensagens que serão exibidas num painel eletrônico fixo na Faria Lima, uma das avenidas mais movimentadas de São Paulo.

Colaborou Marcelo Ferroni


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