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Até este sábado, Adhemar Ferreira da Silva estava sozinho. Ouro no salto triplo em Helsinqui (1952) e Melbourne (1956), era o único brasileiro bicampeão olímpico em duas edições consecutivas dos Jogos. Agora ele tem múltipla companhia. Juntam-se a ele Fabiana, Sheila, Jaqueline, Fabi, Paula Pequeno e Thaisa, jogadoras da seleção brasileira de vôlei que, de virada, derrotou os Estados Unidos em Londres, de virada, por 3 sets a 1 (11-25, 25-17, 25-20, 25-17), conquistando o ouro pela segunda vez seguida. No time time das novas campeãs olímpicas estão ainda Natalia, Dani Lins, Adenizia, Fernandinha, Tandara e Fernanda Garay.

Jogando com o apoio da torcida brasileira, mais uma vez em grande maioria no Earls Court, o time nacional começou nervoso, errando muito e sucumbindo ao volume de jogo das americanas. Durante todo o primeiro set, o ataque brasileiro não conseguiu fazer a bola cair diretamente na quadra rival uma vez sequer. Bem postadas na defesa e com um bloqueio impecável, as americanas, apontadas como favoritas no confronto, abriram larga margem de vantagem e venceram por 25 a 11.

A partir do segundo set, o Brasil assumiu a dianteira e não largou mais. A atacante Jaqueline marcou o primeiro ponto, ganhou confiança e liderou a vitória histórica. Pouco a pouco, as outras jogadoras brasileiras também foram crescendo e desestabilizando as adversárias. Dessa vez, a vantagem estava do lado brasileiro — e, com ela, a tranquilidade para virar as bolas importantes. Jaqueline fechou o jogo como a maior pontuadora da partida — 18 bolas dela foram vencedoras. Nos três setes em que se impôs, o Brasil não permitiu que as americanas fizesse mais de 20 pontos.
 
Como já havia acontecido na semifinal contra as russas, a torcida transformou o Earls Court em um salão de festas. Mais uma vez ecoou o grito de "o campeão voltou", uma referência às dificuldades enfrentadas pela seleção durante a preparação e a primeira fase da Olimpíada — quando havia inclusive sido superada pelas americanas por 3 a 1. A desconfiança com o desempenho das jogadoras contra as favoritas americanas era tanta que, mesmo minutos antes da final, o presidente da Confederação Brasileira de Vôlei, Ary Graça, disse no saguão da arena que sua expectativa era maior para o domingo, quando o time masculino joga a final contra a Rússia. "Mas o jogo é jogado", completou. E como as brasileiras jogaram.
 
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