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O terceiro dia de competições em Londres acendeu de vez a fogueira de uma polêmica que vinha sendo mantida em fogo baixo pelos organizadores das Olimpíadas. Desde a cerimônia de abertura, quando a tocha com o fogo trazido de Olímpia, na Grécia, foi usada para acender uma grande estrutura com 204 bocas — uma para cada país presente nos Jogos — montada bem no centro do gramado do estádio, ninguém mais tinha visto a pira olímpica. Isso, por si só, já seria a quebra de uma das principais tradições olímpicas, a de que a chama deve queimar durante todo o período das competições. E em um lugar visível, para inspirar atletas, voluntários e torcedores. As discussões devem se alastrar agora com a confirmação de que o fogo pode ter sido apagado, ainda que por alguns minutos, para que a pira fosse transferida para outro ponto do Estádio Olímpico, permitindo o uso do centro da arena para as competições de atletismo.

Fontes do comitê organizador confirmaram a informação para o jornal The Telegraph, depois que uma testemunha revelou ter visto a pira ser apagada às 23h14 da noite do domingo 29. Na manhã seguinte, numa rápida cerimônia, feita longe dos olhos do público, o fogo foi mais uma vez aceso, já com a pira transferida para uma das laterais do estádio. A honra de reavivar o fogo olímpico coube a Austin Playfoot, um árbitro de competições amadoras de atletismo, mas com uma história a contar: em 1948, quando Londres sediou as Olimpíadas pela segunda vez, ele era um jovem corredor de provas de meia distância e, aos 18 anos, foi um dos 76 ingleses a participar do revezamento da tocha. Este ano, com a volta dos Jogos à Grã-Bretanha, ele voltou a fazer parte do revezamento. E, agora, da polêmica.

A questão da posição da pira ainda é alvo de críticas dos ingleses. Realocada para o ponto onde, durante a cerimônia de abertura, estava um enorme sino que badalou exatamente às 20h12, ela ainda não será visível àqueles que não puderem comparecer às provas de atletismo. Manda a tradição olímpica que ela seja visível por qualquer pessoa no entorno de estádio. Em sua defesa, o comitê organizador afirmou que todos poderão vê-la em telões instalados no parque olímpico.
 

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