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TRIUNFAL
Marco Amaral (à direita) entrou com capacete de futebol americano e ao som de rap.
O noivo Fábio Saraiva até se fantasiou de gorila

Isabela Barros estava impecável no altar. Vestido de renda renascença, cabelo preso em uma delicada flor, buquê. Tudo conforme o figurino. Bem, quase tudo. Ao lado dela, havia mais duas noivas. E, em vez de dama de honra, um gorila levou as alianças para o casal. As peculiaridades não foram exigência de uma noiva extravagante, mas sim de seu noivo, Fábio Saraiva, que tinha combinado com o primo e um amigo que os três se casariam no mesmo dia. Foi ele também quem pediu ao irmão para se fantasiar de gorila. Para completar, entrou na igreja ao som da banda Ramones. O paulista de 34 anos faz parte de uma nova geração de homens casadoiros: a dos noivos protagonistas. Aquela história de a mulher cuidar de todos os preparativos, decidir da música à decoração e brilhar sozinha está fora de moda. “A noiva continua chamando a atenção, claro, mas eles não querem mais ser coadjuvantes”, afirma a assessora de casamentos Flávia Gurgel. “Eles querem, no mínimo, ficar no mesmo patamar delas.”

Fernanda Pradella, da Della Eventos, confirma a tendência. A assessora conta que é cada vez mais comum eles participarem de todo o processo. “Antes, eles decidiam, no máximo, a música e as bebidas”, diz. Recentemente, Marco Amaral, 41 anos, surpreendeu a todos quando chegou à festa de seu matrimônio com um capacete de futebol americano, ao som do rap “We Ready”, de Bubba Sparxxx. “Tem que ser especial.”

A mudança de comportamento dos homens se deu porque, entre outros motivos, são os noivos que pagam a conta da festança, não mais os pais. Daí ambos desejarem escolher – e curtir – cada detalhe. “Todo mundo sabe que o casamento é a apoteose da noiva, mas, como todos os meus amigos estavam presentes, pensei em colocar um elemento cômico apenas para quebrar o excesso de formalidade”, diz Saraiva, em relação à fantasia de gorila que, depois, ele mesmo usou. Para Amaral, as mulheres mostraram que casar pode ser, sim, divertido. “Os homens já não vão mais amarrados ao altar, casam porque querem”, diz. Ah, bom.

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