Em meio à crise que abalou o setor aeronáutico depois dos atentados de 11 de setembro, a Boeing, maior fabricante mundial, apresentou na quinta-feira 21 em Seattle, nos Estados Unidos, seu novo leque de tecnologias para aumentar a eficiência e a segurança de seus vôos comerciais. Os equipamentos foram testados num 737-900. Mais leve, com asas mais longas e de maior envergadura, o avião voa a 13,5 mil metros de altitude e escapa do mau tempo e das rotas congestionadas, por onde passeiam naves menos potentes.

O principal controle da aeronave tem as cores, os botões e as funções semelhantes às de um videogame. A rota está predeterminada numa tela do painel e a imagem do avião fica representada no interior de um gráfico. Tudo o que o piloto tem de fazer é manter a nave dentro desse esquadro. Mesmo sob tempestade e visibilidade zero, as montanhas e os aviões que aparecerem no percurso surgirão nítidos na tela. O aparelho já foi adotado pela Alaska Airlines para driblar o mau tempo na região.

De olho nos passageiros civis, a americana Gulfstream quer ser a primeira empresa do país a construir um supersônico para uso comercial. Capaz de voar acima da velocidade do som, entre 1,7 e 2,2 mil quilômetros por hora, o jato precisa antes resolver dois graves problemas de engenharia, o alto consumo de combustível e o barulho ensurdecedor produzido quando o avião rompe a barreira do som (a uma altitude de cinco a dez mil metros). “É ensurdecedor, tem o impacto de uma martelada sobre uma superfície de vidro elevado à enésima potência”, compara o engenheiro Eduardo Morgado Belo, da Universidade de São Paulo. O ruído de suas turbinas é muito mais alto do que o emitido pelos aviões comerciais. É por isso que os supersônicos só podem cumprir rotas transatlânticas.

Construir naves longilíneas e arredondadas seria o caminho para o silêncio. O protótipo da Gulfstream, ao custo de US$ 80 milhões, foi batizado de Quiet Supersonic Jet. Deve acomodar 14 pessoas e cumprir o trajeto Los Angeles-Nova York em duas horas, três a menos do que os vôos convencionais.

Na área militar, um consórcio de sete países europeus produziu uma jóia tecnológica. É o avião de guerra A400M, que custou US$ 4 bilhões e foi construído com fibras de carbono em vez de metal para ficar mais leve. O jato pode levar uma tripulação de até 120 soldados e carregar 37 toneladas, com espaço para helicópteros, caminhões e tanques de guerra. Além disso é dotado de um sistema eletrônico para despistar radares, tornando-se invisível aos olhos inimigos.

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