Para provocar um acidente de trânsito, basta um segundo de distração. O álcool aumenta as chances de lapsos de concentração, mas a conversa ao telefone pode ser mais fatal do que a bebedeira. Estudo do laboratório inglês de pesquisas em transporte mostrou que a reação de quem bate-papo ao volante é um terço mais lenta do que no motorista alcoolizado. Comparado ao piloto sóbrio, o tempo de reação do tagarela diminui pela metade e ele pisa no freio com meio segundo de atraso. Dirigir com o celular no ouvido também afeta a capacidade de controlar a velocidade e manter distância do carro da frente.

Durante três meses, 20 homens e mulheres entre 21 e 45 anos testaram suas habilidades a 112 quilômetros por hora num simulador de direção em quatro condições de trânsito. Diante de um sinalizador de obstáculo situado a 31 metros de distância, os motoristas com celular na mão percorreram 45 metros antes de frear; os que conversavam pelo sistema de viva-voz rodaram 39 m e os que tinham bebido, 35 m. Na estrada real, todos teriam atropelado o alvo. Falar no celular ao volante é proibido no Brasil e em outros 30 países, mas a legislação nacional não faz restrições ao sistema de viva-voz.