Bastou a modelo paulista Elen Pinheiro, 23 anos, pisar no chão do sambódromo paulistano na noite de sábado 7, resgatada da altura de 2,5 metros – ela desfilou sobre a cabeça de uma serpente no carro alegórico abre-alas da escola Águia de Ouro – para ouvir os muxoxos. “Pamela Anderson! Pamela Anderson!” Elen, que já posou nua, trabalhou com Sergio Mallandro e Gugu Liberato, e faz aparições no Pânico na TV, entendeu a brincadeira. A platinada Pamela, conhecida pelos vídeos de seus folguedos sexuais pirateados pela internet, se celebrizou pelos peitos portentosos, cada dia mais turbinados, que saltam desproporcionais dos sutiãs. Há um mês, nossa Pamela – que também desfilou pela escola de samba Tradição, no Rio de Janeiro – aplicou 280 mililitros em cada um dos peitos e, sem ser exatamente uma celebridade, chegou às primeiras páginas dos jornais. Elen é veterana no assunto. Aos 19 anos, aplicou 170 ml, mas recentemente, ao amamentar a filha Raila, teve problemas com a prótese e resolveu trocá-la por outra bem maior. Com seu 1,72 m de altura mantém exuberante proporcionalidade.

Elen estampa no busto o novo modismo brasileiro. Dos seios não apenas siliconados – pois até aí não haveria novidade – mas excessivamente siliconados. Em plena Quarta-Feira de Cinzas, o requisitado cirurgião plástico Paulo Matsudo implantou 260 ml de silicone numa jovem descendente de japoneses. Uma medida generosa de silicone – material derivado da sílica – que configura a nova tendência, confirmada não só por Matsudo, mas por Sérgio Carreirão, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, e Fernanda Reis, gerente-geral da Silimed, indústria que fabrica próteses de silicone em Vigário Geral, no Rio de Janeiro, e exporta seus produtos para 50 países. “Há dez anos, a média brasileira era de 120 ml. Há três anos, de 180 ml e hoje o tamanho médio de 220 ml”, diz Fernanda. Números semelhantes aos apresentados pelos cirurgiões. No final do ano passado, com a proximidade do verão e do Carnaval, chegou a faltar matéria-prima.

Cada implantação custa entre R$ 8,5 mil e R$ 15 mil. Paulo Matsudo testemunhou o caso de uma paciente que abdicou de um carro novo pela cirurgia. “Não vou de carro novo para a cama com meu namorado”, disse. Carreirão lamenta tais excessos: “A boa plástica é aquela que não chama muita atenção. Ela precisa ser proporcional e feita para você mesma. Se fizer pensando nos outros, é ruim”, resume. Em 2003 foram feitas 622 mil cirurgias plásticas no País, 60% estéticas e 40% reparadoras. Em 2004, estima-se que foram 800 mil, das quais quase 160 mil tenham sido de próteses mamárias. No Brasil, só se faz menos plásticas que nos Estados Unidos. Neste Carnaval, o grande assunto foi a eventual colocação de silicone pela cantora Sandy, que desfilou pela X-9 paulistana com os cabelos caídos sobre o busto. Ela nega, mas comenta-se que teria implantado 150 ml em cada seio. Uma cota quase virginal neste reino de excessos.