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RIGOR
A chanceler alemã, Angela Merkel, se torna
uma espécie de guardiã da economia europeia

Enquanto Espanha e Grécia enfrentam taxa de desemprego acima dos 20%, a Alemanha encerrou 2011 com índice de 6,6%, o menor nível em duas décadas. Se a zona do euro está à beira da recessão, na Alemanha o PIB de 2011 teve alta de 3% – o mesmo ritmo de crescimento de uma nação emergente como o Brasil. Para cada escândalo político na Itália (basta lembrar as peripécias sexuais do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi), a chanceler alemã, Angela Merkel, dá um exemplo de austeridade. “Não é exagero dizer que, hoje, quem sustenta o euro é a economia alemã”, afirma Wilson Motta Miceli, professor de economia da Universidade de São Paulo. “O país sempre teve uma disciplina fiscal muito rígida e diferente de todos os países europeus.” Ao defender punições e multas para os países que não cumprirem metas financeiras, Merkel se tornou nos últimos meses uma espécie de guardiã da responsabilidade econômica europeia. Ao que parece, o rigor da chanceler vai contaminar o continente. Em janeiro, 25 dos 27 países da União Europeia aprovaram o pacto proposto por Merkel que prevê maior disciplina fiscal ao bloco.

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“Até 2016, vamos investir R$ 8,7 bilhões no Brasil”
Thomas Schmall, presidente da Volkswagen no Brasil

Qual o segredo dos alemães para blindar sua economia dos efeitos negativos da crise financeira? Segundo o professor Miceli, nos últimos anos o país lançou uma cruzada para aumentar a produtividade de sua indústria. Entre as medidas adotadas, decidiu-se pela ampliação dos investimentos em tecnologia e inovação. “Com isso, a Alemanha consolidou uma indústria fortíssima que exporta 40% de sua produção”, diz Miceli. O Brasil deverá colher benefícios do êxito da Alemanha, que desde 2010 busca aprofundar suas relações com países que considera “novos centros de poder”. Entre janeiro e novembro de 2011, os investimentos de empresas alemãs no Brasil já superaram em 54% o volume total de recursos destinados ao País em todo o ano de 2010. Esses números são resultado de ações como a da Volkswagen. “Até 2016, vamos investir R$ 8,7 bilhões no Brasil”, diz Thomas Schmall, presidente da montadora alemã.

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