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A presidente Dilma Rousseff e seu colega cubano Raúl Castro iniciaram nesta terça-feira (31) reuniões sobre as relações entre os dois países, com ênfase nos assuntos econômicos, segundo um jornalista da AFP.

Antes de ser recebida por Raúl com honras militares no Palácio da Revolução de Havana, Dilma, que chegou a Cuba na tarde de segunda-feira, depositou flores em um monumento ao herói nacional cubano, José Martí (1853-1895).

Fontes brasileiras adiantaram que a presidente anunciará um crédito de 70 milhões de dólares para a agricultura familiar cubana, que se somará aos 450 milhões aprovados, para a ampliação e modernização do porto de Mariel, 50 km a oeste de Havana, uma das maiores obras de infraestrutura do governo de Raúl Castro.

Coincidindo com a chegada da presidente brasileira a Cuba, de onde segue na quarta-feira para o Haiti, a Odebrecht anunciou que assinará um acordo com o grupo estatal cubano Azcuba, que controla a produção açucareira, para ampliar a produção na província de Cienfuegos, no centro-sul da ilha.

Fontes diplomáticas brasileiras em Havana disseram que também é estudado um acordo para a produção conjunta de medicamentos genéricos, área em que Cuba desenvolveu uma importante tecnologia.

A possibilidade de Rousseff se reunir com dissidentes cubanos foi descartada, apesar de o Brasil ter concedido um visto à blogueira opositora cubana Yoani Sánchez para visitar o país. Sánchez ainda precisa da permissão do governo para sair da ilha.

Porto de Mariel 

 

Na tarde desta terça, Dilma irá ao Porto de Mariel, a 50 quilômetros de Havana. Há obras de ampliação no porto com o apoio de empresários e do governo brasileiro. As obras são apontadas pelas autoridades cubanas como um projeto estratégico para o aumento do intercâmbio comercial do país. O Brasil financia 80% das obras, em um total de US$ 683 milhões.

Na conversa que teve com autoridades cubanas no começo desta semana, Patriota recebeu a informação de que a ideia é transformar a região portuária de Mariel em um centro industrial. Um dos projetos é a construção de uma indústria de vidros na área. O Brasil deve manifestar apoio a esses projetos, pois a presidenta quer aumentar as parcerias e os acordos bilaterais com os cubanos.

Até segunda (30) à noite não foi confirmado o encontro de Dilma com Fidel Castro, de 85 anos, ex-presidente de Cuba que governou o país até 2008. A presidenta chega a Cuba no auge da abertura econômica. As mudanças em curso fazem parte de um conjunto de ações para vencer as dificuldades geradas pelo embargo econômico imposto pelos Estados Unidos desde 1962.

Desde 2010, Raúl Castro instaurou um processo de abertura da economia. As decisões envolvem o estímulo à demissão voluntária de funcionários públicos, a liberação da compra de automóveis e imóveis, a permissão para atividades autônomas e o incentivo à agricultura familiar.