URBE – Mostra de arte pública/ Centro Cultural Banco do Brasil, SP/ de 25 a 29/1/ das 20h às 22h

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FLUXOS
Instalação luminosa “Cachoeira”, de Sztutman, revive córrego hoje canalizado no subsolo da cidade

Se Nova York teve sua cachoeira despencando da Ponte do Brooklyn, em obra espetacular de Olafur Eliasson (“NYC Waterfalls”, 2008), São Paulo terá um córrego de luz percorrendo o Vale do Anhangabaú e o Viaduto do Chá, como parte das comemorações do aniversário da cidade. “Cachoeira”, do designer e videoartista paulistano Felipe Sztutman, irá projetar raios eletroluminescentes sobre o antigo leito do Córrego das Almas, que um dia fluiu pelo vale central da cidade. Esse caminho de luz é o ápice do roteiro programado pela mostra “Urbe”, que orquestrará cinco instalações de arte pública nos arredores do Centro Cultural Banco do Brasil.

Quatro das cinco obras têm a luz como matéria. A única delas feita com materialidade preponderante é o “Templo Geodésico Criptométrico”, estrutura arquitetônica penetrável, de formato geométrico, realizada pelo coletivo argentino DOMA. “O templo funcionará como um mirante da exposição”, explica o curador Felipe Brait. De lá, o curador pretende que o espectador tenha visões privilegiadas da “Cachoeira” no Anhangabaú e da projeção generativa de videomapping que o coletivo alemão UrbanScreen produzirá sobre a fachada do edifício da Prefeitura de São Paulo. Mas como o mirante terá ocupação limitada de pessoas, o que importa é que todas as obras poderão ser experimentadas livremente por qualquer transeunte que passeie pelo centro da cidade das 20h às 22h entre dias 25 e 29 de janeiro.

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FESTA
Fachada do CCBB “pichada” com grafismos em
neon, em projeto de intervenção do coletivo GOMA

Quem quiser viver a experiência como um roteiro expositivo deverá começar o trajeto na esquina na rua da Quitanda com a rua Álvares Penteado, endereço do CCBB. Na fachada do prédio, a “pichação em neon”, do coletivo paulistano GOMA, é o emblema da vocação “extrovertida” do projeto “Urbe”. “Sempre foi nosso desejo extravasar os limites da instituição e é parte de nossa política contaminar esse entorno”, diz Marcos Mantoan, gerente do CCBB. “Até o morador de rua é público-alvo de projetos de arte pública”, afirma Brait. O roteiro segue pela projeção de videomapping no chão da rua da Quitanda, conduzindo o visitante pela arquitetura efêmera produzida pelo software criado pelo coletivo ZoomB até o Vale do Anhangabaú.

Ao escalar uma turma multidisciplinar de VJs, arquitetos, artistas, designers, engenheiros, programadores e músicos, o CCBB comemora São Paulo em clima de festa. A abertura, no dia 25, pode virar balada, com sets do The Rapture e live cinema. Só que não é virada cultural e tem hora para acabar.