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INSPIRAÇÃO
Estrutura de vidro e aço, assinada pelos arquitetos Rudy
Ricciotti e Mario Bellini (abaixo), lembra um lenço de seda

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Lar de uma das pinturas mais famosas do mundo – a “Monalisa”, de Leonardo Da Vinci –, o Museu do Louvre, em Paris, está prestes a inaugurar uma nova ala. Após seis anos de reforma, será aberta ao público, no próximo verão europeu, uma galeria que abrigará a vasta coleção de arte islâmica da instituição, composta por mais de 18 mil peças, uma das mais valiosas do mundo. Ao custo de 98 milhões de euros (cerca de R$ 230 milhões), a obra é a maior inovação arquitetônica no Louvre desde a construção da pirâmide de vidro, há 20 anos. Tão impressionante quanto o próprio acervo do museu, o teto da galeria islâmica será composto por uma estrutura de aço e vidro que, apesar do peso de 150 toneladas, parece flutuar sustentada apenas por oito tubos estreitos. A área é de 3,5 mil metros quadrados, dividida em dois pisos. A inspiração para o projeto, segundo os arquitetos responsáveis, Mario Bellini e Rudy Ricciotti, partiu dos véus usados pelas mulheres muçulmanas, acessório cujo uso está proibido em escolas, repartições e espaços públicos da França.

De acordo com um estudo realizado em 2009, cinco milhões de franceses seguem o Islã, o que equivale a 7,5% da população. Não obstante, o país foi a primeira nação europeia a proibir por lei o uso do véu islâmico, em público, em duas versões, a burca – que cobre cabeça e corpo, incluindo uma rede sobre os olhos – e o niqab – que esconde cabeça e corpo, mas deixa os olhos descobertos. Desde 2011, a mulher que for pega usando um desses trajes deve pagar multa de 150 euros (R$ 343) e frequentar aulas de cidadania francesa. Há sete anos o uso de lenços que apenas cobrem a cabeça também foi vetado em escolas e repartições, após muitos protestos da comunidade islâmica.

Para o sheik Jihad Hassan Hammadeh, presidente do conselho de ética da União Nacional das Entidades Islâmicas no Brasil, a nova ala do Louvre permitirá que o mundo conheça melhor os muçulmanos, superando preconceitos. “Vemos a iniciativa como uma homenagem à rica cultura islâmica, que é feita da junção de diversas artes, origens e influências”, diz Hammadeh. Pluralidade que em breve poderá ser vista de perto pelos mais de oito milhões de visitantes que frequentam o Louvre anualmente. 

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