27/12/2011 - 11:42
O novo salário mínimo, que passará a valer em 1º de janeiro de 2012, (de R$ 622) impactará 48 milhões de pessoas, que têm seus rendimentos referenciados no piso nacional, segundo dados divulgados nesta terça-feira (27) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O reajuste significa um aumento de 14,13% em relação ao valor atual, de R$ 545.
A entidade também estima que haja incremento de renda na economia de R$ 47 bilhões e que R$ 22,9 bilhões correspondem ao aumento na arrecadação tributária sobre o consumo do País.
Esta é a primeira vez que é aplicado o cálculo para ganho real (acima da inflação) para o salário mínimo. O método para reajuste foi aprovado no início deste ano, por meio de medida provisória, que leva em consideração a inflação do ano anterior mais o crescimento da economia de dois anos antes (considerando a data da assinatura do decreto). A partir de agora até 2015, todas as definições sobre o valor do mínimo serão feitas por meio de decreto presidencial.
Impacto na Previdência
Segundo o levantamento do Dieese, o peso da massa de benefícios equivalentes a um salário mínimo é de 46%, que corresponde a 68,2% do total de beneficiários da Previdência Social. O estudo afirma ainda que acréscimo de cada R$ 1 no salário mínimo tem um impacto estimado de R$ 257 milhões ao ano sobre a folha de benefícios da Previdência Social. Desta forma, o impacto do aumento do mínimo para R$ 622 (variação de R$ 77) significa um custo adicional ao ano de cerca de R$ 19,8 bilhões.
No País
De acordo com a pesquisa, 50,6% dos ocupados no Brasil ganham até um salário mínimo, sendo que a maioria está concentrada na região Nordeste (73,8%). Os que ganham entre um e dois salários mínimos correspondem a 34,8% dos ocupados no País. Os que ganham mais de dois salários mínimos correspondem a 14,6% e estão concentrados no Sudeste (18,6%).
Com o valor do salário mínimo em R$ 622 e a cesta básica de janeiro estimada em R$ 276,31 (mesmo valor de novembro de 2011), o Dieese estima que o salário mínimo terá um poder de compra equivalente a 2,25 cestas básicas.