Eles, os guardas, perfilados. Eles,
os turistas, passando e apontando
suas maquininhas fotográficas
– clique. As crianças também puxam suas mães pelas mãos e os apontam porque os acham engraçados e exóticos em seus uniformes. Eles, imóveis, às vezes, bum! Desmaiam duros dentro de suas armaduras, caem para a frente ou para trás feito soldadinhos de chumbo. Mas eles merecem respeito: são os 115 integrantes da Guarda Suíça que está completando meio milênio de existência. Quinhentos anos são 500 anos! A Guarda Suíça foi formada em 1506 pelo papa Júlio II e sua primeira missão foi proteger os Estados papais.

Hoje, ela é apenas um símbolo de tradição e se constitui no menor e mais antigo exército do mundo – último vestígio das milícias mercenárias da Idade Média. Como os cristãos primitivos, no início os guardas trajavam singelas e surradas túnicas. Mas em 1548 uma dose de vaidade falou mais alto: foram então adotados os exóticos uniformes. Embora ainda se incumba da defesa do Sumo Pontífice, a Guarda tem um papel quase folclórico – virou mesmo atração turística. Assim, vai longe o tempo em que esse exército do Vaticano teve os seus dias de glória – um deles em 6 de maio de 1527, no saque de Roma pelas tropas do imperador Carlos V. A Guarda Suíça perdeu 147 soldados, mas foi a rápida ação de seus 42 sobreviventes que permitiu a salvação do papa Clemente VII. Desde então, 6 de maio é o dia do juramento dos novos soldados – a data existe, novos soldados é que não.