A princesa Masako, mulher do príncipe Nahurito, herdeiro do trono do Japão, está deprimida. Ela ainda se esforça para sorrir nas poucas fotos que permite que tirem dela, um sorriso meio amarelo, pois a verdade é que ela está entediada com a nobreza da raça da mesma cor de seu riso. Diplomata no diploma tirado em Harvard, Masako tem 42 anos e vive uma vida de clausura no Palácio Imperial. Há dois anos vem amargando crises de depressão. O seu drama lembra o de outra princesa – Diana, morta tragicamente em 1997, que durante anos carregou a cruz, o mau humor e as crises de ansiedade de um casamento infeliz e cercado de pressões da família real britânica.

Segundo os jornais japoneses, Masako cansou da vidinha de princesinha rigidamente controlada pelo império nipônico – quer bater asas e já pensa em se separar do marido. Diagnosticada como portadora de um “transtorno adaptativo”, ela diz que não é “samambaia para se adaptar a ambientes”. E é certo que nos últimos tempos Masako se afastou da vida pública e dos compromissos oficiais. A origem de seu mal-estar está nas pressões familiares para que gere um filho homem. Depois de uma espera de oito anos e de um aborto natural, ela deu à luz, ai, ai, uma menina – Aiko, hoje com três anos. A lei nipônica impede a ascensão de mulheres ao trono. E o último homem da casa imperial nasceu em 1965: o príncipe Akishino.

A depressão da princesa Masako teve a força de obrigar o governo a propor a mudança da legislação permitindo a ascensão de mulheres ao trono, o que faria de Aiko a segunda na linha de sucessão. O monopólio masculino do poder imperial foi entronizado na época da restauração Meiji em 1868, que abriu as portas do Japão ao Ocidente. Antes disso, entre os séculos VI e XVIII, oito imperatrizes reinaram no império do sol nascente. Agora, embora 84% dos japoneses aprovem a mudança da lei, há uma forte resistência dos setores políticos mais conservadores que não querem mulher no trono. Se eles vencerem o embate, talvez Masako encare o divórcio e dê mais um passo para se tornar a encarnação oriental de Diana.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias