23/09/2011 - 21:00
A palavra dos três poderes
Dilma Rousseff
Presidente da República
Meu caro Domingo Alzugaray, quero congratulá-lo por esses primeiros 35 anos de vida da revista IstoÉ. E neste cumprimento, que se estende a toda a redação da editora Três, quero saudar a dedicação das senhoras e dos senhores em apresentar aos seus leitores um Brasil em transformação.
Um Brasil que, quando a revista chegou às bancas pela primeira vez, vivia no inverno das liberdades individuais. O senhor e a sua equipe sabem como foi difícil superar esse período, como era necessário coragem para retratar os fatos com fidelidade. Das greves no ABC à geração de 15 milhões de empregos em oito anos; da volta dos exilados políticos ao Estado Democrático de Direito dos dias de hoje; do Brasil que tremia a cada crise mundial para um país que enxerga as oportunidades em um mundo multipolar, a história recente do Brasil está contada nas páginas de IstoÉ.
A revista é fruto de uma imprensa livre, plural e investigativa. Porque quem viveu os anos de chumbo dos primeiros anos de IstoÉ sabe o valor de conviver com a liberdade de imprensa. Porque a democracia exige esse contraditório. E IstoÉ não é apenas testemunha, mas também partícipe das transformações do Brasil.
Meus parabéns e um afetuoso abraço.
Senador José Sarney
Presidente do Congresso Nacional
Acompanho ISTOÉ desde que surgiu em 1976 e logo se firmou como um dos principais órgãos da imprensa brasileira. Durante esses 35 anos a revista testemunhou as grandes transformações do Brasil e da sociedade brasileira. Viu o período da distensão “lenta, gradual e segura” promovida por Ernesto Geisel e Golbery do Couto e Silva, a votação da Emenda Constitucional nº 11, com a extinção dos atos institucionais, o movimento das Diretas Já, a formação da Aliança Democrática que elegeu Tancredo Neves, a transição democrática, a nova Constituição, o Plano Real, a conclusão do ciclo republicano com a chegada do primeiro operário ao poder, com Lula, e a ascensão das mulheres, com a presença firme da presidente Dilma Rousseff. Viu as transformações da sociedade e da cidadania, com sua presença na formação das decisões e a assimilação das comunicações em tempo real com todas as novas tecnologias.
ISTOÉ continua sempre presente graças à persistência e vocação de Domingo Alzugaray. Acompanhei quando recusou uma oferta milionária pelo título: uma cláusula o impedia de fazer uma nova revista por cinco anos, e isso não podia aceitar. “Revista – disse-me ele – é o que sei fazer, é minha vida.”
ISTOÉ completa 35 anos como uma referência obrigatória e a permanência do sonho de Domingo Alzugaray.
Ministro Antonio Cezar Peluso
Presidente do Supremo Tribunal Federal
A prática democrática exige cidadãos bem informados. É preciso entender antes de analisar, e analisar antes de apoiar ou criticar determinada proposta oferecida ao debate público. Jornalistas, com seu incansável apego ao relato dos fatos, oferecem à sociedade um bem público essencial para o pleno funcionamento da democracia. Como afirmou James Madison, “a difusão da informação é o verdadeiro guardião da liberdade”.
Seria impossível subestimar o papel da liberdade de imprensa na consolidação da democracia no Brasil. Ao lado de outros institutos, como a independência do Judiciário, o império da lei e a separação dos Poderes, a imprensa é um dos pilares do Estado Democrático de Direito.
Com seu exemplo de 35 anos de rigorosa busca da verdade, a ISTOÉ e seus jornalistas contribuíram de forma decisiva para a consolidação da democracia e da liberdade de expressão em nosso país. É com satisfação que parabenizo toda a equipe da revista pela comemoração desta data tão significativa. Que ela se repita por muitos anos.
19 de janeiro de 1976: O governo enquadra os militares da linha dura
26 de dezembro de 1977: Lei do divórcio garante o “felizes enquanto dure”
25 de julho de 1978: Uma revolução na fertilidade
12 de maio de 1978: Os trabalhadores começam a fazer história
16 de outubro de 1978: O mundo conhece João Paulo II, o papa do ecumenismo
28 de agosto de 1979: E veio a Anistia
30 de abril de 1981: O último suspiro da ditadura
24 de setembro de 1982: Identificado o vírus que ameaça a humanidade
25 de janeiro de 1984: O povo ocupa as ruas para eleger seu presidente
15 de março de 1985: Sarney, o primeiro presidente civil pós-ditadura militar
26 de abril de 1986: O desastre de Chernobyl e o pesadelo nuclear
27 de julho de 1988: A Constituição Cidadã
9 de novembro de 1989: A queda do Muro de Berlim põe fim à Guerra Fria
16 de março de 1990: O confisco sem precedentes
6 de agosto de 1991: O Big Bang da internet comercial
17 de janeiro de 1991: Os EUA iniciam a segunda Guerra do Golfo
2 de outubro de 1992: Depoimento de motorista leva ao impeachment
1º de maio de 1994: O Brasil chora a perda de um de seus maiores ídolos
17 de julho de 1994: O futebol no alto do pódio 24 anos depois
1º de julho de 1994: O plano econômico que derrotou a inflação
6 de maio de 1997: Começa a era das privatizações
23 de fevereiro de 1997: Clonagem da ovelha Dolly
1º de junho de 1998: O Viagra chega às farmácias
26 de junho de 2000: Muita esperança renasce com o Projeto Genoma Humano
11 de setembro de 2001: O atentado que mudou os EUA e abalou o mundo
1º de janeiro de 2003: O metalúrgico assume a Presidência da República
6 de junho de 2005: Mensalão abala governo e cúpula do PT
12 de maio de 2006: O crime organizado aterroriza a maior cidade do País
2 de fevereiro de 2007: A verdade inconveniente sobre o aquecimento global
15 de setembro de 2008: Explode a crise nos Estados Unidos
4 de novembro de 2008: A eleição de Obama
28 de novembro de 2010: A sociedade enfrenta o tráfico
1º de janeiro de 2011: Uma mulher assume a Presidência do Brasil
11 de março de 2011: Terremoto, tsunami e ameaça nuclear
23 de agosto de 2011: As mudanças que vêm com a Primavera Árabe
Artigo: Guido Mantega – Ministro da Fazenda
Artigo Viviane Senna: Avanços e desafios na formação do cidadão brasileiro