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Quando a fumaça branca anunciou o novo papa após o breve João Paulo I (1912-1978), e logo se soube que um polonês ocuparia um posto dominado por italianos havia 455 anos, supôs-se que as novidades já eram mais do que suficientes no modorrento reino da Igreja Católica. Foi essa característica que mais chamou a atenção de ISTÓE à época, atenta com as possibilidades que um novo perfil geopolítico poderia conferir ao Vaticano. Mal se imaginava que não ser italiano era o menor dos detalhes deste que foi o papa mais importante entre os oito que estiveram à frente dos católicos no século XX. João Paulo II foi um dos protagonistas de seu tempo ao influir diretamente para o fim das repúblicas socialistas e de vários conflitos entre países, promover um inédito diálogo inter-religioso e inaugurar uma nova forma de pontificado além dos muros do Vaticano: foram 104 viagens pastorais, em 26 anos à frente da Santa Sé. Ao morrer, expôs sua agonia em praça pública, após dois anos sofrendo com a doença de Parkinson, e foi aclamado santo pela multidão que acompanhou seu funeral. Seis anos após sua morte, era declarado oficialmente beato, no processo mais rápido da história da Igreja Católica. Mas o pontífice polonês não alcançou a popularidade apenas na esfera espiritual. Sua influência foi tão grande que o colégio de cardeais escolheu para sucedê-lo seu principal assessor, Joseph Ratzinger, o todo-poderoso cardeal alemão que se tornou o papa Bento XVI.


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