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No princípio, era o desquite. A partir de 1977, com a Lei do Divórcio sancionada pelo presidente Ernesto Geisel em plena ditadura militar, sob pressão popular (foto abaixo), todos os casais que não quisessem mais ficar juntos podiam manifestar seu desejo perante um juiz. ISTOÉ registrou o fato, frisando que ele era desejado por grande parcela da população. A lei atendeu a uma demanda crescente de homens e, principalmente, de mulheres insatisfeitas com suas escolhas sentimentais. Mas foi, ao mesmo tempo, o gatilho para uma das maiores mudanças de comportamento do brasileiro. Hoje, 34 anos depois, o “felizes para sempre” foi trocado pelo “felizes enquanto dure”. Os dados oficiais traduzem essa nova visão sobre a separação. Na última década, segundo o IBGE, o número de casamentos cresceu 28% enquanto o de divórcios subiu 46%. Em 2007, uma nova lei permitiu que os divórcios passassem a ser feitos em cartório, o que desburocratizou o processo e fez aumentar ainda mais as separações. Os pedidos são mais frequentes entre casais que estão até sete anos juntos e entre aqueles com um ou nenhum filho. Se matrimônios pouco duradouros são a nova realidade nacional, os recasamentos, cada vez mais em voga, começam a apontar a verdadeira razão pela qual os divórcios se tornaram tão populares.


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