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Ao lado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e sem seu padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff lançou nesta quinta-feira (18) o Plano Brasil Sem Miséria na sede do governo do Estado de São Paulo, há 16 anos comandando pelo PSDB. O programa, que pretende ser a marca do governo Dilma e uma das principais metas da presidente, unifica os cartões e a base de dados dos programas sociais do governo federal, o Bolsa Família, e dos programas dos governos estaduais do Sudeste – Renda Cidadã (São Paulo), Renda Melhor (Rio de Janeiro), Incluir (Espírito Santo) e Travessia (Minas Gerais).
 
Sem fazer nenhuma referência à crise política que seu governo enfrenta, com a queda de quatro ministros em sete meses de governo apenas e a ameaça dos partidos da base aliada de não votar nenhum projeto no Congresso enquanto as emendas parlamentares não forem liberadas, Dilma usou a seu favor o termo "faxina" – utilizado pela imprensa para se referir às denúncias de corrupção de membros de sua equipe.
 
"Quero reafirmar a importância concreta e simbólica do pacto que firmamos hoje, semelhante ao pacto do mês passado, com os governadores do Nordeste e que faremos em breve no Norte, Sul e Centro-Oeste", afirmou Dilma, durante seu discurso. "É o Brasil inteiro fazendo, de fato, como usa a imprensa, a verdadeira faxina que esse País tem de fazer: a faxina contra a miséria. O Brasil inteiro em um grande abraço republicano, certos e conscientes de que nossa maior riqueza não é o petróleo, o minério ou a agricultura, mas 190 milhões de brasileiros."
 
Dilma disse que a miséria no País é resultado de muitos anos da falta de compromisso com a população, mas fez questão de citar os ex-presidentes FHC e Lula como pessoas que tiveram a coragem e a generosidade de encarar o desafio. Sentada ao lado de FHC, ela fez questão de agradecer a presença do ex-presidente.
 
"Esse problema só não é maior porque tivemos, nos últimos anos, um presidente capaz de levar 40 milhões de brasileiros para classe média, ou seja, uma Argentina. Essa é sem dúvida a herança bendita que o governo do presidente Lula me legou, entre tantas outras, mas é ao mesmo tempo nosso maior desafio, que é avançar ainda mais", afirmou. "O grande pacto republicano e pluripartidário que estamos firmando hoje é um pacto capaz de transformar a realidade social que vivemos. Por isso, queria também agradecer a presença do senhor presidente Fernando Henrique Cardoso, por esse seu gesto", disse.
 
Dilma elogiou também o engajamento dos governadores do Sudeste. "Quando olho para essa sala e vejo os governadores de São Paulo, do Rio, de Minas Gerais e do Espírito Santo sinto um engajamento pleno e sincero dos senhores nesse projeto e tenho certeza de que o plano começa como um plano vencedor", continuou.
 
Crise financeira
 
Em relação à crise financeira internacional, a presidente enfatizou que o caminho mais seguro para o País enfrentá-la é o combate à pobreza e o fortalecimento do mercado interno. "O mundo vive hoje um momento de inquietude e perplexidade, mas, no meio de tantas interrogações, o Brasil já demonstrou que o caminho seguro para sair ou se proteger da crise é combater a crise mais crônica da história humana, que é a pobreza, e criar um mercado interno sólido, com recursos para enfrentar as turbulências que podem nos atingir. Sabemos que a ascensão social de milhões brasileiros fortaleceu nossa economia."
 
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi o que mais elogiou a iniciativa da presidente, de quem disse ter feito um acerto histórico ao reconhecer a importância da estabilidade econômica conquistada durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique e da unificação dos programas sociais em torno do Bolsa Família, durante o governo do ex-presidente Lula.
 
Também participaram da cerimônia os governadores Sergio Cabral (Rio de Janeiro), Antonio Anastasia (Minas Gerais) e Renato Casagrande (Espírito Santo); os ministros Edison Lobão (Minas e Energia), Carlos Lupi (Trabalho), Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), Ideli Salvatti (Relações Institucionais), Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário) e Helena Chagas (Comunicação Social) e os senadores Marta Suplicy (PT-SP) e Eduardo Suplicy (PT-SP), o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Barros Munhoz (PSDB), o presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, além de prefeitos, deputados e outras autoridades.


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