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O Papa Bento XVI pediu nesta quinta-feira (18) uma economia centrada no homem, ao chegar a Madri para conduzir a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que deve reunir mais de um milhão de pessoas e que provocou protestos por causa de seu alto custo em plena crise. "A economia não pode funcionar como uma economia autorregulada", declarou o Papa aos jornalistas antes de chegar ao aeroporto de Madri-Barajas, onde foi recebido pelo rei Juan Carlos I e por sua esposa Sofía, pelas principais autoridades espanholas e por uma multidão de jovens peregrinos que participam da JMJ.
 
"O homem deve estar no centro da economia, não pelo lucro e sim pela solidariedade. Isso se confirma na atual crise. A economia não pode ser medida pelo lucro máximo. É preciso colocar-se a serviço da proteção do trabalho para todos", afirmou o Papa. O pontífice também reconheceu "abusos na história para impor o conceito de verdade e o monoteísmo". O Papa liderará durante quatro dias vários macroeventos preparados na capital espanhola, entre eles uma Via Crúcis na sexta-feira (19) e uma vigília de oração no sábado (20). Nesta quinta, realizará uma celebração na praça central de Cibeles.
 
Na véspera, sete manifestantes foram detidos e 11 ficaram levemente feridos durante uma passeata em Madri a favor do Estado laico e contra o financiamento público da visita do Papa. Segundo os organizadores do protesto, as administrações estatal, regional e local gastaram cerca de 100 milhões de euros para a Jornada Mundial da Juventude e na segurança para a visita do Papa.
 
Após o protesto, que contou com a presença de milhares de pessoas e na qual foram registrados momentos de tensão entre os manifestantes e jovens católicos, a polícia enfrentou participantes para desocupar parte do centro da cidade. No total, 450.000 peregrinos de todo o mundo invadiram Madri desde segunda-feira para participar na JMJ, que começou na terça-feira. Os manifestantes trocaram insultos com grupos de peregrinos diante dos olhares dos policiais. A polícia informou que 4.000 pessoas participaram na manifestação a favor do Estado laico, que teve como lema "Dos meus impostos, ao Papa zero".