O que é bom para o mundo não é necessariamente bom para os Estados Unidos. Em vez de aderir ao Protocolo de Kyoto, tratado internacional firmado entre mais de 170 países para reduzir em 5,2%, até 2012, as emissões de poluentes que agravam o efeito estufa, o presidente George Bush propôs um ajuste voluntário que na prática significa o aumento da poluição. Não seria tão grave se os EUA não fossem o maior poluidor do planeta, com um quarto das emissões que levam ao aquecimento da Terra. Em um pronunciamento à nação antes de embarcar para o Oriente, Bush alegou que o corte proposto por Kyoto afeta a economia americana e se traduziria na eliminação de 4,9 milhões de empregos.

Sua proposta alternativa, batizada de Iniciativa Céu Limpo, sugere cortar a emissão de outros gases tóxicos ao ser humano, mas pouco danosos ao meio ambiente se comparado ao dióxido de carbono (CO2). A maior fonte de emissão de CO2 são os motores a gasolina – e não é segredo para ninguém que a família Bush é ligada às companhias petrolíferas do Texas.

Bush bateu ainda na tecla da responsabilidade dos países, já que o protocolo determina que apenas as 40 nações mais ricas sacrifiquem suas cotas de poluentes. A esses países ficaria reservada a maior cota de sacrifícios porque historicamente eles são os maiores poluentes. Desse item, o presidente americano discorda. Ele insiste em que nações em desenvolvimento como China e Índia também devem fazer sua parte para reduzir o aquecimento global. Para amenizar as críticas, Bush se comprometeu a liberar, nos próximos cinco anos, verba de US$ 4,6 bilhões em incentivos fiscais para as empresas americanas investirem em projetos de combustíveis renováveis, substitutos à gasolina.