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O evento era para assinar o contrato do IBC, centro onde ficarão as emissoras de televisão durante a Copa do Mundo de 2014, mas se transformou em uma propaganda da Prefeitura do Rio para o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e o secretário geral Jeróme Valcke. A cerimônia acabou, no fim das contas, marcada por uma sucessão de gafes, que arrancou risadas contidas dos jornalistas que estavam no local.
 
Logo no cumprimento inicial entre o prefeito Eduardo Paes, o governador Sérgio Cabral e a comitiva da Fifa, Blatter notou que nas bandeiras hasteadas no Palácio da Cidade estava a dos Jogos Olímpicos e não tinha a da Fifa. Paes, rapidamente, tentou contornar a falha apontando para uma bandeira pequena ao fundo com o logo da Copa do Mundo de 2014. Em seguida, Paes entregou a chave da cidade ao presidente da Fifa e apontou para um grande cartaz em que trazia as inscrições "Rio Capital da Copa". A cidade se autointitulou com este status. 
 
No começo da entrevista, mais alguns momentos constrangedores. Primeiro, quando Paes foi discursar, o prefeito se deu conta que tanto Blatter como Valcke estavam sem o aparelho de tradução. A assessoria da Prefeitura rapidamente correu para levar um, mas que não funcionava.
 
Em seguida, levaram outro para Blatter, que deixou cair no chão. A situação atrasou um pouco o discurso do prefeito, que só seguiu sua fala após Blatter falar que não precisava de tradução. O prefeito aproveitou a chance para fazer lobby para a capital fluminense ser sede do sorteio final da Copa do Mundo, que acontece em dezembro de 2013.
 
Depois de escutar os discursos de Paes, Cabral e do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, foi a vez de Blatter assumir o microfone. Misturando o português, com o espanhol e com o inglês, o presidente da Fifa entrou no embalo do prefeito e falou que esperava falar português melhor quando voltasse para o sorteio final, talvez no Rio de Janeiro.
 
A afirmação de Blatter foi seguida por um momento de entusiasmo de Sérgio Cabral, que tentou puxar uma salva de palmas pela "confirmação" do sorteio, e por uma cara sem graça de Jeróme Valcke, que nessa quinta, em evento com a imprensa brasileira, já tinha dito que queria que outra cidade fosse sede do sorteio final.
 
Em seu discurso, Blatter ainda se atrapalhou com a língua portuguesa e chamou Sérgio Cabral de vice-governador umas três vezes, sendo corrigido pelo próprio político, e ainda questionou o slogan adotado pela Prefeitura: "os 190 milhões de brasileiros também acham o Rio, a capital da Copa?". Seguido por um "simmm", de parte da plateia e do prefeito.
 
O presidente da Fifa, por fim, brincou com a assinatura do contrato para a sede do IBC, dizendo que Paes queria correr para que ele assinasse logo e ele nem conseguiu ler as entrelinhas: "espero que esteja tudo certo. Estou na base da confiança", disse Blatter, antes de cumprimentar as mãos dos políticos e seguir para o seu hotel
 
"Capital da Copa"
 
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, recebeu das mãos de autoridades nesta sexta-feira a chave do Rio de Janeiro. O evento serviu para a assinatura formal do contrato da sede do centro de mídia (IBC) da Copa do Mundo de 2014 na cidade.
 
O prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes, recebeu uma flâmula da Fifa das mãos de Blatter e destacou a importância que o Rio terá no Mundial. "O Rio vem lutando desde 2007 para ter o papel de protagonismo. Nós nos auto-declaramos a capital da Copa do Mundo", disse ele, para quem "não há outro lugar que não seja o Rio" para receber a final do torneio de 2014, no dia 13 de julho.
 
Também presente à cerimônia, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, declarou que o Rio merece o status de maior centro do Mundial. Além do IBC e, provavelmente, da final do Mundial no Maracanã, a cidade será palco do sorteio das Eliminatórias, neste sábado, na Marina da Glória.
 
"Desde o início deste processo, não só o Eduardo como prefeito, mas Sérgio Cabral (governador) deram maior apoio para trazer a Copa do Mundo ao Brasil. Por isso que o Rio faz por merecer toda a participação que vai ter", disse o dirigente, que também preside o COL (Comitê Organizador Local) do Mundial.