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O Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), da Força Aérea Brasileira (FAB), divulgou nesta sexta-feira (10) que as nuvens de cinza vulcânica que já atingem as regiões de Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba devem se dissipar para o Oceano Atlântico “se mantidas as atuais condições meteorológicas”. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) confirma essa possibilidade, devido ao fluxo dos ventos. “O vento que atinge a Região Sul, vindo da região das Cordilheiras dos Andes está se deslocando para o oceano e as cinzas seguem  com os ventos”, explicou o meteorologista Flavio Varone, do Inmet.

A nuvem de cinza vulcânica que atingiu a região de Curitiba no final da manhã desta sexta-feira, segundo boletim do Volcanic Ash Advisory Centres da Argentina, ainda não foi percebida pelo serviço de meteorologia do estado, o Simepar. O meteorologista Cézar Duquia explica que as informações divulgadas pela FAB são mais precisas porque são fornecidas por pilotos que realizam voos em áreas atingidas. “Por imagens de satélites fica mais difícil identificar, as resoluções das aeronaves são mais sensíveis”, afirmou.

Faz frio em toda a Região Sul. A temperatura mais baixa até agora foi de 0°C, registrada em Major Vieira, Santa Catarina. O serviço de meteorologia do Paraná (Simepar) confirma que a sensação de frio deve aumentar nas próximas horas. A temperatura mínima no estado hoje foi de 1,9°C em Palmas.

Rio Grande do Sul

A Força Aérea Brasileira (FAB) informou no início da tarde desta sexta (10) que a nuvem de cinzas provocada pela erupção do vulcão chileno Puyehue se dissipou e está concentrada apenas no estado do Rio Grande do Sul. A velocidade média de deslocamento da nuvem registrada durante a madrugada desta sexta era 80 quilômetros por hora.

Curitiba

A nuvem de cinzas atingiu na tarde desta sexta-feira a região de Curitiba, segundo o boletim mais recente emitido pelo Volcanic Ash Advisory Centres da Argentina, instituto responsável, segundo acordos internacionais, pelo monitoramento da situação no Cone Sul. A informação é do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), da Força Aérea Brasileira (FAB). Em nota, a empresa argentina afirma que a camada continua se deslocando para cima, mas com a possibilidade de seguir para o Oceano Atlântico, se mantidas as atuais condições meteorológicas.

Por enquanto, o Aeroporto Internacional Afonso Pena, em Curitiba, continua operando normalmente.
Desde a madrugada desta sexta (10), um intenso nevoeiro atinge Curitiba e região metropolitana e o sul do Paraná, ao longo da Bacia do Iguaçu. Com a visibilidade do ar reduzida na região, o aeroporto de Curitiba permaneceu fechado para pousos das 23h dessa quinta-feira (9) até às 8h da manhã desta sexta (10).

De acordo com a Infraero, dos 38 voos programados para pousar em na capital paranaense, entre a meia-noite e as 11h desta sexta, 21 foram cancelados e 12 estavam atrasados. Dos 50 voos programados para decolar, 30 foram cancelados e dez estavam com atraso.
O aeroporto de Curitiba operou com restrições em decorrência da meteorologia e, segundo as companhias aéreas, apenas voos que tinham como destino Florianópolis e Porto Alegre foram prejudicados em consequência da nuvem de cinzas que ocupa o espaço aéreo dessas regiões.

São Paulo

A movimentação no Aeroporto Internacional de Guarulhos foi tranquila na tarde desta sexta, apesar do cancelamento dos voos para a Argentina, o Uruguai e o Sul do país. De acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), até as 14 horas, 16 partidas internacionais e nove domésticas foram canceladas. Também foram suspensos quatro voos internacionais que chegariam no aeroporto, e quatro domésticos.

O comerciante uruguaio Mauricio Alvira, que está viajando com a família, chegou da Grécia e deveria seguir para Montevidéu. Mas o voo dele, com escala em São Paulo, não pode seguir viagem. O voo, que deveria ter decolado às 8h da capital paulista, foi cancelado e não há previsão de partida. Mas ele garante que está enfrentando o problema com tranquilidade. “Quando chegamos, tivemos informações que os voos estão cancelados. Vamos para o hotel que a companhia nos forneceu em São Paulo. Temos compromissos em Montevidéu, mas como é um fenômeno natural, não temos muito o que fazer. Vamos esperar e cooperar com a companhia”, disse.

Rio de Janeiro

O avanço das cinzas do vulcão chileno Puyehue também causou transtornos na manhã desta sexta a passageiros que embarcariam no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro. Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), entre os voos marcados para partir do terminal até as 14h, pelo menos 11 foram cancelados por esse motivo, com destino a cidades como Buenos Aires, na Argentina, Montevidéu, no Uruguai, e Porto Alegre (RS).

Também foram suspensos 11 voos que chegariam ao terminal na manhã e no início da tarde desta sexta-feira, vindos do Sul.
O advogado Cláudio Rocha, que foi informado ao chegar ao aeroporto que seu voo para Foz do Iguaçu não decolaria, disse estar decepcionado. Ele contou que organizou um esquema especial em casa para conseguir deixar os filhos e comemorar o Dia dos Namorados com a mulher.

“É tão difícil conseguir viajar só com ela, porque existe toda uma estrutura que precisamos organizar para deixar os filhos, e quando acontece algo assim deixa a gente desanimado. Infelizmente, o jeito agora vai ser voltar para casa e comemorar por aqui mesmo”, afirmou ele, que esperava na fila de atendimento da companhia aérea para saber sobre a possibilidade de remarcar a passagem.

A comunicóloga argentina Maria Laura Fernandez, que voltava de férias na Alemanha e faria conexão no Rio de Janeiro com destino a Buenos Aires, onde mora, também lamentou o cancelamento de seu voo. Sem saber ainda o que fazer, ela também aguardava o posicionamento da empresa aérea, com esperança de embarcar ainda nesta sexta.

“Acabei de chegar de um voo de 12 horas da Europa para cá e precisava estar ainda hoje em Buenos Aires porque amanhã já tinha que trabalhar. Agora não sei o que vou fazer, mas estou torcendo para conseguir embarcar até o fim do dia”, disse. Apesar dos cancelamentos, não havia tumulto no saguão do aeroporto e funcionários das companhias aéreas informavam aos passageiros sobre as alterações nos voos.

Remarcações

Os clientes com passagens marcadas estão sendo contatados, segundo a Gol, para providenciar reacomodações sem cobrança de taxas, ou o reembolso no valor integral dos bilhetes. A Central de Relacionamento está disponível nos números 0300-115-2121 (Brasil), 0810-266-3232 (Argentina) e 5098-2403-8007 (Uruguai). A empresa orienta clientes que viajariam nesta sexta às cidades mencionadas a permanecer em seus destinos de origem e contatar a companhia.

Os cancelamentos da TAM tiveram início às 21h dessa quinta e devem ser mantidos até, pelo menos, as 10h desta sexta-feira em Porto Alegre. A companhia também continua com seus voos suspensos para os aeroportos de Buenos Aires e Montevidéu pelo menos até as 12h de sexta-feira.

A TAM afirmou, em nota, que "continua analisando as informações disponíveis sobre a densidade e o deslocamento da nuvem de cinzas e continuará avaliando a situação para retomar suas operações normais o mais rapidamente possível em todos os aeroportos afetados. Os clientes da companhia devem ligar para a Central de Atentidimento da TAM antes de se dirigirem ao aeroporto, nos números 4002-5700 (capitais do Brasil) e 0800-570-5700 (demais localidades). Os afetados serão reacomodados nas próximas opções de voos disponíveis, após a normalização da situação, e serão isentados de taxa de remarcação."

A Azul também anunciou a suspensão das atividades com destino ao Rio Grande do Sul, paralisando os trabalhos nos aeroportos de Porto Alegre e Caxias do Sul. A empresa não tem previsão de quando a situação poderá ser normalizada. Também estão suspensos os voos para Buenos Aires, Montevidéu e Assunção.