Discos
Roberto Carlos pra sempre – Anos 80 (Sony BMG) – A terceira caixa da reedição completa da obra do Rei chega aos anos 80 com a remasterização de 11 CDs – dez de estúdio e um ao vivo, o primeiro do cantor, gravado no Canecão carioca em 1988. Foi naquela década de estouro do pop rock nacional que Roberto Carlos radicalizou o estilo romântico, já testado com sucesso nos anos anteriores. Os hits já não se sucedem de forma vertiginosa, mas estão lá algumas de suas canções do gênero que marcaram época, como Amante à moda antiga (1980), Emoções (1981), Fera ferida (1982) e por aí vai. A essa altura, o Rei dispensava os nomes dos discos – assinava apenas Roberto Carlos. Seus discos chegavam às lojas com ele sempre vestido de branco e invariavelmente com cara de presente de Natal. Parece que foi ontem, mas já se vão mais de 20 anos de uma fórmula imutável. (Ivan Claudio)

Discos
Como roubar um milhão de dólares (Fox) – Filmada há 40 anos em locações reais de Paris, a receita desta comédia sofisticada de William Wyler, de A princesa e o plebeu, é bem mais sedutora que as reveladas no dia-a-dia das páginas de política nacionais. Afinal, o ladrão de casaca tem a classe de Peter O’Toole e a mocinha da história veste Givenchy e atende pelo nome de Audrey Hepburn. Na pele de Nicole Bonnet, Audrey tenta convencer Simon Dermott (O’Toole) a roubar de um museu uma Vênus de Cellini, cujo seguro é de um milhão de dólares. Seu objetivo é evitar que os peritos descubram que, na verdade, a peça foi esculpida pelo seu pai, um falsário de tirar o chapéu. Os diálogos espirituosos e a química perfeita entre o par romântico vivido por O’Toole e Audrey justificam cada minuto das duas horas de duração. (Ivan Claudio)

Arte
Homenagem a Hélio Oiticica (Galeria de Arte Ipanema) – Embora pequena, a mostra ajuda na compreensão do processo criativo de Oiticica, morto há 25 anos. É indispensável conhecer os Relevos espaciais, resultado de sua ruptura com o tradicional quadro emoldurado. São estruturas geométricas de madeira que pendem no ar em cores primárias, projetando sombras sobre a própria obra. A mesma estrutura abriga variações de uma mesma cor. É de uma beleza singela. Das 28 peças deixadas pelo artista, três estão na exposição. Dez dos cerca de 300 Metaesquemas funcionam mais como pistas para a chegada de Oiticica aos Relevos espaciais. Em guaches sobre cartão, não assinadas, ele dá partida a seus estudos sobre a cor e a luz, de 1957 a 1959. Mesmo sem Parangolés ou Penetráveis, a exposição é uma rara oportunidade para conhecer etapas daquele que foi um dos mais destacados participantes do neoconcretismo. (Celina Côrtes)

 


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