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MOTO LIMPA
O funcionário público Antero Lucena e sua scooter
elétrica: economia e responsabilidade ambiental

O funcionário público Antero Lucena é motociclista desde os 15 anos, mas, desde março, quando comprou sua nova moto, o ronco do motor é o que ele menos valoriza num veículo. Morador de Brasília, ele percorre diariamente os 18 quilômetros que separam sua casa do trabalho em sua silenciosa scooter elétrica. “Não tem barulho, não tem fumaça. Mesmo quem não é ligado em sustentabilidade passa a dar mais atenção ao assunto”, define. Motoqueiros como Lucena serão cada vez mais comuns ao longo desta década, de acordo com um novo estudo da consultoria americana Pike Research. A quantidade desses veículos no mundo, segundo o relatório, deve subir dos 17 milhões atuais para 138 milhões em 2017.

“Em regiões cuja população cada vez mais migra para as cidades, a grande quantidade de pessoas se torna um desafio para o sistema de transporte e um dos motores para o mercado de motos e scooters elétricas”, diz o relatório. Dave Hurst, autor do estudo, na China – maior consumidora mundial – e na Índia, afirma que o principal atrativo é o preço. “Elas são muito baratas em relação a motos elétricas em outros países. Muitos compram uma dessas porque não podem pagar por um carro”, disse o analista sênior à ISTOÉ. No Brasil, o crescimento não será tão rápido, pois veículos elétricos não têm o mesmo apelo que já conquistaram nos países asiáticos.

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ÁSIA
Por conta dos preços baixos, chineses adotaram as scooters elétricas

Enquanto na China motos e scooters somadas podem chegar a 15 milhões de unidades em 2017, em toda a América Latina esse número ficará em torno de 112 mil. Ainda assim, o único fabricante nacional de motocicletas elétricas se prepara para ampliar seu portfólio de veículos que usam baterias em vez de motor a combustão. Atualmente, a Kasinski tem dois modelos de scooter – que não ultrapassam os 60 km/h. No ano que vem, a empresa começa a fabricar duas séries de motocicletas, numa fábrica que está em fase de acabamento em Sapucaia (RJ). Elas poderão chegar a 120 km/h, com desempenho similar ao das 125 cilindradas a gasolina mais populares no Brasil.

Os maiores clientes da Kasinski ainda são órgãos governamentais – como a polícia da cidade de Ilhabela, em São Paulo – e empresas de segurança. Esses compradores garantiram a venda de 300 unidades em 2010. O barateamento das baterias é um dos fatores que tornarão esses veículos ainda mais acessíveis. “O custo delas deve cair em até um terço nos próximos dois ou três anos”, afirma Cláudio Rosa, presidente da Kasinski.

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SORA
Moto a bateria poderá chegar a 200 km/h, com 300 km de autonomia

Além de baterias mais baratas e duráveis, outro fator precisa evoluir para seduzir os motociclistas tradicionais. “A scooter chega no máximo a 60 km/h. E na descida. Ando praticamente no acostamento para me livrar dos carros e caminhões”, conta Lucena. Quem quiser mais velocidade poderá no futuro comprar a Sora, ainda uma motocicleta-conceito. Segundo a fabricante, o modelo de US$ 43 mil terá bateria com 300 km de autonomia – scooters não passam de 40 km com uma recarga completa – e poderá chegar a 200 km/h. Veloz e ambientalmente correta, ela vai longe.

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