Objeto de desejo de dez entre dez pessoas, as câmeras digitais caíram no gosto popular. Se há dois anos um modelo razoável não saía por menos de R$ 2.000, hoje é possível comprar uma máquina com boa resolução, de dois megapixels, por R$ 1.000. Até o final do ano, as lojas brasileiras devem ser inundadas por novidades de cair o queixo. Há opções para todos os gostos e bolsos. No Brasil, já se venderam 250 mil máquinas digitais, um crescimento de 40% ao ano. Ainda é pouco, comparado aos 22 milhões vendidos no mundo, mas representa um salto considerável quando se leva em conta que em 2001 só 33 mil brasileiros tinham acesso a um equipamento digital. Apesar disso, é preciso analisar com cuidado os recursos de cada modelo para evitar armadilhas.
“Para os amadores, a grande vantagem é bater uma foto e checar na hora se ela ficou boa. Com um equipamento digital não tem como errar”, afirma Duda Escobar, diretora da PhotoImageBrazil, feira anual que acontece em São Paulo entre 19 e 22 deste mês, onde serão exibidos os quase 200 lançamentos entre câmeras e acessórios.

Um dos modelos pitorescos é a Pentax Optio S. Com as dimensões de um cartão de crédito, ela pesa 83 gramas, tem 8,3 centímetros de largura, 5,2 de altura e resolução de 3,2 megapixels. Duas outras máquinas prometem roubar a cena. Uma é a Nikon D2H, que bate oito fotos por segundo, tem sensor de autofoco e resolução de 4,1 megapixels. Seu maior atrativo é um dispositivo para transmitir as imagens usando a tecnologia wi-fi, que permite o acesso sem fio à internet. A outra vedete é a Fujifilm FinePix S2 Pro, que tem a mais alta resolução de sua categoria, 6,17 megapixels. Os dois modelos têm em comum o preço astronômico, R$ 13.800.

Embora use os recursos digitais numa pequena parcela de seus trabalhos, o fotógrafo de moda André Schiliró aposta que essas máquinas vieram para ficar. “Preciso registrar o tecido e a pele da modelo em todos os seus detalhes, com muita nitidez, e a máquina digital ainda deixa a desejar”, conta o fotógrafo preferido da apresentadora Xuxa. Schiliró usa seu equipamento digital quando faz fotos menores ou ensaios para a internet. “Em um ou dois anos, esse problema deve estar resolvido e aí usarei digital em 80% do meu trabalho”, afirma Schiliró, que testou a tecnologia pela primeira vez há três anos, num ensaio da modelo Mariana Weickert
para o site Morango.

Quem está comprando sua primeira
câmera digital não precisa se assustar
com os preços salgados dos modelos profissionais. Hoje é possível encontrar boas máquinas por R$ 1.000. Um exemplo é a Olympus Camedia D-390, de R$ 960, com resolução de dois megapixels e um cartão de memória de 16 megabytes no lugar do rolo de filme. Essa máquina tem uma função cada vez mais comum nas digitais: a capacidade de funcionar
como filmadora. Não dá para gravar
um casamento inteiro, mas ela é ideal
para vídeos de até um minuto.

Para os marinheiros de primeira viagem,
um modelo com boa relação custo benefício é a Kodak CX 4300. Por
R$ 1.300, ela oferece uma resolução de 3,2 megapixels, em que
o fotógrafo escolhe diretamente na máquina quantas e quais fotos
vai imprimir ou enviar por e-mail.

Recomendações – Antes de comprar um equipamento, é preciso certo cuidado. “A primeira coisa a considerar é o uso que será feito da câmera. Um modelo de dois megapixels atende muito bem às necessidades de quem quer registrar o cotidiano”, recomenda Richard Ford, diretor da Kodak. De acordo com especialistas, outros dois recursos devem ser considerados na compra, além da resolução. O primeiro deles é o zoom. “É preciso prestar atenção no zoom. Existe o óptico e o digital, mas o óptico, que usa as lentes da câmera, garante uma melhor qualidade”, ensina Antônio Cezar Pereira, distribuidor da Nikon.

Outra característica importante é a forma de armazenamento das imagens. A maior parte das máquinas usa
memória interna para guardar as
fotos. A sugestão é optar por modelos que aceitem cartões para expandir
a memória. Há cartões que guardam desde oito megabytes até quatro gigabytes, esses para uso profissional. Um cartão de 128 megabytes é o ideal para longas jornadas fotográficas. O número de imagens guardadas varia
de acordo com a resolução e os preços oscilam entre R$ 100 e R$ 550. Difícil mesmo é gastar pouco.