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A oposição argentina propôs nesta quarta-feira a interpelação judicial da ministra da Segurança, Nilda Garré, para explicar sua inação e passividade ante o protesto trabalhista de domingo que impediu a circulação do jornal Clarín. Apesar de convocada, ela não se apresentou à Câmara de Deputados para se explicar. "Pretendíamos que a ministra falasse a três comissões (da Câmara de Deputados) mas ela preferiu não se apresentar. Demos a oportunidade, agora vamos mais além", advertiu o deputado peronista opositor, Gustavo Ferrari.

Domingo, cerca de cem manifestantes, que se identificavam como trabalhadores demitidos dos jornais Clarín e La Nación, impediram por quase 12 horas a distribuição normal dos jornais de maior circulação na Argentina. Os adversários do governo e críticos da presidente Cristina Kirchner exigem que a ministra explique por que as autoridades nada fizeram para desarticular o protesto. Políticos opositores e entidades de imprensa questionam com duros termos o bloqueio ao parque impressor dos dois jornais.

O jornal Clarín circulou, na segunda-feira, com a primeira página em branco, em protesto. O governo já havia cancelado em 2010 a licença concedida à firma Fibertel, do poderoso grupo Clarín, que fornecia serviços de internet a um milhão de usuários. Um ano antes também tirou da empresa a exclusividade de transmissão paga de partidas do futebol argentino, transferindo-a à televisão pública.