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REPRESÁLIA Embaixada dos EUA em Belgrado sob ataque de sérvios que não aceitam a autonomia kosovar

A resistência da Sérvia em aceitar a independência de Kosovo acabou em violência na quinta-feira 21, quando cerca de 100 manifestantes atacaram a embaixada dos Estados Unidos em Belgrado. O grupo participava de um protesto que reuniu pelo menos 150 mil pessoas no centro da capital e foi encabeçado pelo primeiro-ministro, Vojislav Kostunica. “Enquanto nós vivermos, Kosovo é Sérvia”, disse Kostunica em seu discurso. “Não estamos sozinhos em nossa luta. O presidente Putin está conosco”, completou, fazendo referência a Vladimir Putin, presidente da Rússia. Junto com a China e a Espanha, a Rússia está entre os países que não reconhecem a autonomia kosovar, por acreditar que a medida pode incentivar tensões separatistas em outras regiões.

Desde que Kosovo declarou unilateralmente sua independência, no domingo 17, a reação sérvia se tornou mais agressiva, reacendendo o risco dos históricos conflitos étnicos nos Balcãs, como é conhecida a região que engloba a antiga Iugoslávia. Entre os alvos sérvios estão símbolos dos países que reconheceram a autonomia de Kosovo, como Estados Unidos, França, Reino Unido e Turquia, cuja representação diplomática em Belgrado também foi alvo de depredação na semana passada. Na embaixada americana, que estava fechada devido a apedrejamento anterior, a polícia encontrou um corpo carbonizado, provavelmente de um manifestante, pois não havia nenhum funcionário no prédio. Pouco antes do violento protesto, um grupo de 300 ex-reservistas sérvios atacou a polícia kosovar no posto de fronteira de Merdare, no sul do país. No dia seguinte, Kosovo fechou diversos pontos de sua fronteira com a Sérvia e reforçou o policiamento na região de Mitrovica, onde manifestações contra a independência vêm acontecendo todos os dias. Com metade da área de Sergipe (leia quadro), Kosovo foi palco de uma sangrenta guerra no período que se seguiu ao desmantelamento da antiga Iugoslávia e 90% de sua população tem etnia albanesa. Os 10% restantes, de origem sérvia, não aceitam a independência com o argumento de que o território é o berço de sua cultura.

 

 

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