DVD

Colateral (Paramount) – No disco de extras desta
edição especial dupla do ótimo filme thriller, o diretor
Michael Mann explica que optou por filmar 90% das cenas em vídeo de alta definição para captar as luzes difusas e mágicas da cidade de Los Angeles em dias úmidos. Por meio de depoimentos de técnicos, fica-se sabendo também que foram construídas 17 versões do táxi laranja e vermelho, que precisava ser iluminado com luz azul para exibir aquela temperatura de cor. Tom Cruise, no papel do matador profissional por ele chamado de “raposa prateada”, e Jamie Foxx, no do taxista contratado a contragosto para levá-lo de um tiroteio a outro, personagem que lhe valeu a indicação ao Oscar de ator coadjuvante, aparecem também ensaiando e em laboratórios – Cruise, inclusive, passa por um entregador de encomendas sem ser reconhecido. Mas o melhor mesmo é se deliciar com as diabruras cênicas de Mann, repetidas quantas vezes for necessário. (Ivan Cláudio)

 

Discos

London calling 25th anniversary edition, com The Clash (Sony Music) – Sempre lembrado nas listas de melhores álbuns de todos os tempos, o terceiro trabalho da banda punk inglesa The Clash, lançado em 1979, ganha uma edição caprichada com os dois discos originais – o disco cinza, reunindo 19 faixas, entre elas as politizadas London calling, Spanish bombs e The guns of Brixton; e o rosa, chamado Vanila tapes, com 15 versões demo, quatro faixas inéditas, um cover de The man in me, de Bob Dylan, e uma versão alternativa de Remote control, do primeiro álbum da banda. O material remasterizado é acompanhado de um encarte informativo e de um DVD verde, com um making of de 45 minutos chamado The last testament, 16 minutos de material inédito e os clipes de London calling, Train in vain e Clampdown. Rompendo as fronteiras do rock com reggae, ska, rhythm’n’blues, rockabilly e jazz, o disco continua sendo um dos mais influentes da música pop. (Ivan Claudio)

 

Livros

Olhar carioca (Monte Castelo Idéias, 130 págs., gratuito pela internet) – Saborosas e bem-dosadas gotas da irreverência carioca ilustram a publicação, que, ao contrário das obras maçantes no gênero, revela filigranas da cultura exportada para todo o País. Com texto leve e informativo, conta que o banho de mar só foi adotado em 1873, sob prescrição médica, e que, em 1917, lei municipal impôs “vestuário adequado”, sob pena de multa. O aluguel de janelas e varandas, marca do réveillon de Copacabana, começou em 1857, no desfile de 7 de setembro. O jogo do bicho era um inocente sorteio no zoológico, criado em 1890 pelo Barão de Drummond. Em Copacabana, tomava-se leite no estábulo em 1910 e foi no Rio que surgiu, em 1906, o primeiro botequim do Brasil, o Paladino. As gírias, precursoras dos “dialetos” de hoje, surgiram com os malandros. (Celina Côrtes)