27/02/2008 - 10:00
ESTATUETA Monica e o troféu: cerimônia com tapete vermelho
Ela tem rosto angelical, corpo mignon e fala pouco. Mas basta colocá-la em frente às câmeras para ela se transformar de menina meiga e tímida em mulher poderosa e fatal. Ganha força no olhar, transmite sensualidade e leva o público masculino ao delírio. Monica Mattos, a mais requisitada atriz pornô do Brasil, entrou para a história dos filmes adultos no mundo ao receber o troféu AVN 2008 na categoria melhor performance estrangeira feminina do ano. Aos 24 anos, Monica é a primeira latino-americana a ser agraciada com o prêmio, considerado o Oscar do filme pornô. A festa de premiação aconteceu em janeiro em Las Vegas, nos Estados Unidos, com direito a tapete vermelho e estatueta. Mas Monica, que nunca saiu do Brasil, só conseguiu tocar no troféu na quinta-feira 21, quando ele desembarcou no País. “Quando a gente gosta do que faz, tudo sai melhor”, diz ela. “Faço meu trabalho bem à vontade, não tenho pudor.”
CARREIRA Ela tem mais de 250 produções no currículo, das quais cerca de 20 estrangeiras
Filha de um eletricista e de uma dona-de-casa, Monica nasceu em Ferraz de Vasconcelos, periferia de São Paulo. Começou a trabalhar cedo com a intenção de deixar a casa em que morava com os pais – que, mesmo separados, viviam sob o mesmo teto. Seu primeiro emprego foi como recepcionista em um bingo. Depois foi convidada para trabalhar em uma boate e, em 2001, entrou para o mundo dos filmes pornôs. Hoje, são mais de 250 produções no currículo – dessas, cerca de 20 estrangeiras. A rotina de trabalho de Monica é puxada, tem semana que ela grava todos os dias. Além disso, faz shows particulares de strip-tease e apresenta dois programas de tevê ao vivo – sobre sexo, é claro – no Canal Adulto. Dependendo do mês, tira de R$ 5 mil a R$ 30 mil. A primeira grande aquisição que fez foi uma casa para a mãe, na zona leste de São Paulo. Agora, pretende juntar dinheiro para comprar seu imóvel também. Por enquanto, mora em um flat. Recém-separada de um ator pornô, com quem ficou por cerca de três anos, ela mora sozinha e quando está em casa gosta de ver tevê e ouvir música na companhia de amigos.
Em uma profissão tão polêmica, Monica encontrou na mãe a força que precisava para seguir em frente. “Ela me apóia em tudo que faço”, diz ela. “Se um dia eu abrisse mão da minha profissão, seria só por minha mãe.” Mas para a tranqüilidade de seus fãs ela vai continuar na carreira. “Vou fazer filmes enquanto me sentir bem e o público estiver gostando.” O AVN pode indicar o início de uma nova etapa: seu cachê foi valorizado e novas propostas começam a surgir.