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“Duas instituições que nos últimos anos tem coberto, com qualidade e atualidade, os terrenos mais arriscados da arte contemporânea.” Regina Silveira, artista.

“De que valem os números se faltam pessoas capazes de separar o joio do trigo?” Lucia Santaella, semióloga.

“Dois importantíssimos espaços culturais e expositivos de São Paulo, que se dedicam aos campos experimentais da arte contemporânea”, Gilbertto Prado, artista.

“A gestão de Daniela Bousso é responsável pela reforma e reabertura do MIS, pela inauguração do primeiro laboratório público de criação com mídias digitais e pela internacionalização desse equipamento cultural, a partir de intercâmbios com centros de excelência.”
Giselle Beiguelman, artista e curadora do Instituto Sergio Motta.

“Foi pela constância de uma programação engajada nas discussões da arte contemporânea que Daniela Bousso inseriu o Paço das Artes no mapa, hoje um espaço de referência”,
Juliana Monachesi, jornalista e critica de arte.

“Comparar o Paço e o MIS com qualquer outra instituição é não levar em conta que, ao assumirem posturas francamente prospectivas no campo da arte, essas instituições jamais terão resultados imediatos de público.” Tadeu Chiareli, Diretor do MAC-USP.

“Quem vai ao MIS ou ao Paço vai em busca de arte e cultura, não para cumprir um programa turístico”, Arlindo Machado, critico.

“Por que discutir motivos concretos para o abandono do MIS, como a dificuldade de se chegar ao local ou a falta de divulgação dos trabalhos realizados por lá, se eu posso criar uma fofoca cultural usando as personas de diretores?” Thiago Carrapatoso, jornalista.

“Se a questão é a estatística como informação seria louvável que a matéria levantasse outros números, como por exemplo, quantos funcionários foram contratados, quantas exposições, seminários, cursos, publicações e muito mais foi realizado sob a direção de Daniela Bousso.” Kátia Maciel, artista.

“A matéria da Folha personaliza a discussão, deixando de lado o debate institucional, o momento singular da implantação das OSs em São Paulo.” Renata Motta, Diretora do Instituto Sergio Motta.

“Num momento em que o país procura reconstituir suas instituições públicas, resgatando o poder de gestão do Estado, na área da Cultura continuam a prevalescer os interesses pessoais e as tramas de bastidor.” Nelson Brissac, critico e curador.

A polifonia de vozes cruzadas nas redes e a diversidade dos profissionais que, em apenas dois dias, prontamente responderam à matéria “Demissões revelam crise no MIS e no Paço”, de Silas Martí, publicada na Folha de S.Paulo em 18 de Dezembro, (veja a matéria aqui) manifestando-se em defesa do Museu da Imagem e do Som e do Paço das Artes, reflete aquilo que é gerado pelas ações dessas duas instituições: a conexão entre espaços e pessoas a favor de amplo e vigoroso debate cultural.
Esses textos, publicados em sites, blogs e no Painel do Leitor da Folha de S.Paulo, apontam para fragilidade e a arbitrariedade dos argumentos do jornalista da Folha, que tenta disseminar uma idéia de crise institucional baseando-se em dados aparentemente distorcidos e em rumores não comprovados.
A artista Patrícia Canetti, diretora do Canal Contemporâneo, apurou junto ao Conselho de Administração da OS que administra as duas instituições, que a matéria está construída sobre estatísticas falsas. Segundo a autora, o levantamento feito junto aos funcionários concluiu que, na realidade, 25% consideraram a relação com a diretora Daniela Bousso “inadequada” e não 59% como publicado na matéria. O formulário ainda perguntava àqueles que haviam respondido essa opção, se a conduta poderia ser considerada “ofensiva”. Novamente a matéria informa erradamente o resultado: 14% responderam sim e não 54%. Com isso, de um total de 90 funcionários das duas instituições, apenas 3 responderam que a conduta da diretora seria “inadequada” e “ofensiva” (Fonte: tabela de resultados do Conselho de Administração da OS).
Essa ampla mobilização publica de agentes do meio cultural vem de encontro à necessidade de proteger espaços de excelência, que colocam São Paulo na linha de frente da pesquisa e da produção de arte contemporânea internacional. E de apontar para a necessidade de acertarmos o foco, quando o tema é crise institucional e políticas publicas.