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BOM MOMENTO
Bruno Gagliasso, agora em papel
cômico: o público aprovou
 

O ator carioca Bruno Gagliasso, 28 anos, já soma 11 papéis em novelas e minisséries. Mas nunca arrancou tantas gargalhadas do público como agora. O motivo é o seu atual personagem, o mulherengo italiano Berilo, aquele que tenta mas não consegue viver com uma só. Graças à sua atuação espirituosa, Gagliasso transformou o núcleo cômico da novela “Passione” em um dos mais aguardados da trama global das nove.

O crescimento de sua popularidade mostrou-se uma surpresa maior que a tão esperada revelação do “segredo de Gerson” (personagem com estranhas manias, vivido por Marcello Antony). E a receita está justamente no jeito matreiro com que Gagliasso lida com a bigamia, tema recorrente das telenovelas e que remonta de forma fantasiosa ao romance mais famoso de Jorge Amado, “Dona Flor e Seus Dois Maridos”. Casado na Itália com Agostina (Leandra Leal), Berilo vem para o Brasil tentar uma vida melhor e contrai matrimônio pela segunda vez com a rica Jéssica (Gabriela Duarte). O problema é que a outra veio atrás dele. Engraçado, atrapalhado e louco por ambas,
o italiano conquistou o público, que, em vez de se revoltar com as suas farsas, torce para que ele termine a novela com as duas mulheres. No seu caminho existe um rival, mas, escorregadio como o tipo que interpreta, Gagliasso prefere o suspense e sabe que a situação atiça a fantasia tanto da ala feminina como da masculina: “Muitos homens estão querendo saber qual é o meu segredo, né?” 

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ENTRE DOIS SABORES
Berilo (Bruno Gagliasso) e suas duas mulheres:
Jéssica (Gabriela Duarte) e Agostina (Leandra Leal)

Silvio de Abreu, autor da novela, acredita que a tal receita de Berilo  é simplesmente mostrar-se humano: “Ele não entende por que as pessoas acham errado amar duas pessoas.” Não é a primeira vez que Gagliasso provoca o telespectador com tipos instigantes. Em “América”, seu personagem, Junior, por pouco não protagonizou o primeiro beijo gay  da televisão brasileira. Com Tarso,  de “Caminho das Índias”, levantou uma discussão nacional sobre a esquizofrenia. Agora é parado nas ruas por telespectadores que relembram os momentos “cara de pau” de Berilo e as lágrimas “sinceras” vertidas quando suas histórias estão a ponto de ir por água abaixo. “O cara não é fácil não, apropriou-se até da minha carreira”, diz o ator, que considera  o personagem um divisor de águas em sua trajetória iniciada ainda criança, como figurante. Ele começou a chamar a atenção como Rodrigo de “Chiquititas”, do SBT, voltada para  o público pré-adolescente. Tinha 18 anos. A juventude e a estampa vistosa o encaminharam naturalmente para  o tipo galã, do qual vem tentando se libertar com papéis como o do filho rejeitado pela mãe de “Celebridade”.Agora quer se afastar também dos personagens dramáticos.

Pode parecer o contrário, mas, para um ator, fazer rir é mais difícil que inspirar seriedade e Gagliasso sabe disso. Antes de Berilo, seu único papel engraçado havia sido o caipira Ricardo, de “Sinhá Moça”. O lado cômico de Berilo veio a calhar. “Foi a deixa certa para sacudir a mesmice e evitar me repetir”, diz ele. O sucesso do bígamo  é resultado de um um estudo profundo do papel e de muito empenho. Gagliasso fez aulas de italiano e preparação corporal e vocal. Apesar  de atuar pouco no teatro (estreou há apenas dois anos com a peça “Um Certo Van Gogh”), foi buscar em um clássico da dramaturgia  a inspiração para o seu palhaço sentimental: o exemplar da Commedia dell’Arte “Arlequim, Servidor de Dois Amos”, do italiano Carlo Goldoni. “Criei uma espécie de Arlequim, servidor de duas mulheres”, diz ele.

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