Medicina
A bactéria da úlcera
Uma descoberta feita em 1982
rendeu a dois médicos australianos
o Nobel de Medicina. Robin Warren
(à esq.) e Barry Marshall identificaram
que a bactéria Helicobacter pylori
estava presente na maioria dos
pacientes com gastrite e úlceras no estômago. Para confirmar que essas doenças eram causadas sobretudo por essa bactéria (e não pelo stress ou por condimentos), Marshall fez de si mesmo uma cobaia: ingeriu uma infusão de Helicobacter pylori e amargou em seu próprio estômago fortes dores e náuseas. O trabalho de Marshall e Warren permitiu que a medicina encontrasse um tratamento à base de antibióticos para a úlcera, que deixou, assim, de ser uma doença crônica. A bactéria Helicobacter pylori predispõe o organismo também à formação de tumores no estômago. Marshall e Warren dividirão o prêmio de US$ 1,3 milhão.


Química
A dança das moléculas

O francês Yves Chauvin (foto), do Instituto Francês de Petróleo, e os americanos Robert H. Grubbs, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, e Richard R. Schrock, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), foram premiados por desvendar a dança das moléculas ao formarem novos compostos químicos. Essa descoberta é aplicada na indústria química, de medicamentos e plásticos. Com o Nobel, os três pesquisadores ganharam juntos US$ 1,3 milhão.


Paz
Multilateralismo premiado

Sem surpresa, o Prêmio Nobel da Paz de 2005 foi para uma das agências da ONU, a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), e seu presidente, o egípcio Mohamed ElBaradei (foto), pelo trabalho contra a disseminação de armas nucleares. Adepto da diplomacia para dissuadir países de fabricarem a bomba, ElBaradei, 63 anos, enfrentou intensa pressão de Washington antes da invasão americana do Iraque, em 2003, por demandar mais tempo para que seus inspetores verificassem a existência de armas de destruição em massa. Elas jamais foram encontradas. ElBaradei também se recusou a pedir sanções contra o Irã, como queriam os EUA, por violação do Tratado de Não-Proliferação Nuclear.

Física
Auxílio às telecomunicações

Os americanos Roy J. Glauber (foto), professor de física na Universidade de Harvard, e John L. Hall, que dá aulas na Universidade do Colorado, e o alemão Theodor W. Haensch, diretor do Instituto Max-Planck, foram premiados por suas descobertas no campo da ótica. Em 1963, Glauber destrinchou a base teórica por trás das propriedades da luz, o que permitu o desenvolvimento de técnicas para estudar as coisas a partir da luz que elas emitem. As pesquisas do trio de cientistas tiveram aplicação prática nas telecomunicações e nos sistemas de localização por satélites, como o GPS. Os três vão dividir o prêmio de US$ 1,3 milhão.


Ironia IgNobel

Numa paródia ao Nobel, todos os anos são premiadas as experiências que primeiro fazem rir, e depois pensar. O IgNobel de Medicina foi para o criador das próteses de testículos para cães castrados. Em Economia, ganhou o despertador que se esconde do dono, que é obrigado a sair da cama e por isso fica mais produtivo. Em Dinâmica de Fluidos, venceu a equipe que usou conceitos de física para calcular a pressão no intestino de um pingüim.