Assista ao trailer do filme "Rede Social" :

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CLUBE
Saverin entrou na lista dos mais ricos da revista
“Forbes” depois do acordo com o Facebook

 

Bem que poderia ser uma tragédia grega ou um documentário sobre uma banda de rock formada por jovens com egos inflados e testosterona de sobra. Afinal, o relato da criação da maior rede social da internet pode ser resumido como uma sucessão de episódios recheados de traição, excessos, ambição e sexo. Um dos protagonistas dessa narrativa é o brasileiro Eduardo Saverin. Em 2003, quando tinha 20 anos e começava sua vida acadêmica na Universidade de Harvard (EUA) como estudante de economia, o jovem criado em Miami foi seduzido pela ideia de um de seus melhores amigos, o futuro bilionário Mark Zuckerberg: criar um clube virtual exclusivo para os alunos da instituição de ensino mais respeitada do mundo. O objetivo? Conquistar o maior número possível de garotas e, se tudo desse muito certo, fazer algum dinheiro no caminho. Alçado à condição de diretor financeiro do empreendimento, Saverin investiu US$ 1.000 no negócio e ficou com 30% da empresa, batizada de Facebook.

Eis o ponto de partida do ótimo “A Rede Social”, filme de David Fincher (“O Clube da Luta”, “O Estranho Caso de Benjamin Button”) que estreia na sexta-feira 3. Com o longa, que está em cartaz há quase dois meses nos EUA e já faturou US$ 200 milhões, Hollywood curva-se aos nerds e transforma-os em heróis da cultura pop com uma inevitável dose de polêmica – e, dizem alguns envolvidos, ficção. Baseado no livro “Bilionários por Acaso” (Editora Intrínseca), de Ben Mezrich, o filme carrega nas tintas ao contar uma história com personagens e situações reais. E mexe em feridas ainda abertas.

“Vi o filme e achei interessante como eles acertaram em algumas coisas. Tenho todas as camisetas e moletons do meu personagem”, ironizou Zuckerberg em recente evento na Universidade de Stanford (EUA). “Assisti, com admiração e humildade, minha vida e minhas experiências passarem diante de meus olhos”, afirmou Saverin em texto divulgado dias depois do lançamento do filme. Principal fonte do livro que originou o longa, o brasileiro tem motivos de sobra para gostar do que viu na tela – afinal, ele representa o bem em uma trama que mostra Zuckerberg como um sujeito fraco de caráter, ambicioso, mal resolvido com o sexo oposto e dado a traições de todo calibre. Será verdade?

Segundo “A Rede Social”, Saverin foi simplesmente excluído do negócio que ajudou a criar meses depois do seu lançamento. Enquanto continuava seus estudos e tentava monetizar o site com a inclusão de publicidade paga, seu sócio largou a faculdade, mudou a operação para a Califórnia e tomou as rédeas do negócio ao lado de um novo parceiro: Sean Parker, criador do Napster, maior site de troca de músicas em MP3. No final das contas, o brasileiro descobre que sua participação na empresa foi diluída depois do aporte de um grande investidor e transforma a briga em um processo judicial.

Em janeiro de 2009, Saverin e Facebook chegaram a um acordo que compensou o economista financeiramente – especula-se que ele tenha 5% da empresa, avaliada em US$ 41 bilhões – e moralmente, já que seu nome voltou a aparecer no expediente do site como cofundador. E basta fazer uma visita ao perfil do brasileiro na rede social para ver que sua vida vai muito bem, obrigado. “Espero que o filme ajude a inspirar outros empreendedores. Com um pouco de sorte, você pode até mesmo mudar o mundo”, postou recentemente. Ele sabe o que diz.

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O lado obscuro das redes sociais

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Entre os dias 16 e 22 de novembro, a adolescente Gabriele Haccourt, 13 anos, desapareceu da casa onde vive com a mãe, a dona de casa Claudete, na cidade de Pinhais, no Paraná. Desde o primeiro momento, a família desconfiou que o sumiço tinha relação com o hábito da menina de passar horas e horas conversando nas redes sociais. Não deu outra. Quando começaram a rever as conversas de Gabriele nos dias que precederam o desaparecimento, descobriram que, no dia 15, ela havia conhecido o desempregado Douglas Santos, 19 anos, e marcado um encontro com ele para o dia 16. Gabriele reapareceu na noite do dia 22, assustada com a repercussão do caso – a família espalhou cartazes com sua foto pela cidade. “Foi como se ela tivesse nascido de novo”, disse Claudete à ISTOÉ sobre o reencontro com a filha. Santos se apresentou à polícia no dia 24 e alegou que Gabriele disse ter 17 anos. Como os dois tiveram relações sexuais e a idade real da menina é inferior a 14 anos – limite mínimo para que a relação seja consensual –, ele será indiciado por estupro de vulnerável, mas responderá acusação em liberdade.

João Loes