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LiGAÇÃO
O Itaú estuda investir no projeto em 2011

 

No futuro próximo, toda a vez que você for pagar uma conta no banco ou comprar legumes e verduras no supermercado poderá aproveitar para adquirir uma linha de celular. Uma nova regulamentação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que começa a valer a partir do ano que vem, autoriza grupos empresariais, como bancos e redes de varejo, a vender linhas de telefones celulares, mesmo sem operar uma rede própria. Com a mudança de regras, essas companhias poderão comercializar minutos das operadoras existentes – Claro, Oi, TIM e Vivo – ou alugar sua infraestrutura. Segundo o governo, a entrada de novos prestadores na telefonia vai ajudar a reduzir os preços cobrados dos consumidores. “Queremos ampliar a oferta e a qualidade de serviços e expandir a cobertura para os mercados que ainda não são atendidos pela telefonia móvel”, diz o presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg.

A prática existe há mais de dez anos na Europa, onde 30% do mercado foi abocanhado pelos operadores virtuais. Nos Estados Unidos, já existem cerca de 50 empresas como bancos e redes de supermercados oferecendo esse tipo de serviço. Por aqui, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander devem anunciar em meados do próximo ano seus planos para oferecer o serviço de operadoras virtuais (no jargão técnico, Mobile Virtual Network Operator). A mesma expectativa cerca o Carrefour e o Pão de Açúcar. A estratégia dos bancos é reduzir os custos, transformando o celular em cartão de crédito. As redes de varejo podem lançar um sistema de pontos, no qual as compras serão convertidas em bônus de ligações.

Nos últimos três anos, as grandes operadoras tradicionais resistiram à abertura de seus mercados, por temerem o resultado da competição. Depois de amplos estudos e discussões, foram convencidas de que, ao alugar suas redes, também serão capazes de alavancar seus negócios. Como resultado, a pressão sobre a Anatel diminuiu e o regulamento finalmente saiu. Para o ex-ministro das Comunicações e sócio da Orionconsult, Juarez Quadros, a tendência é que inúmeros grupos graúdos sejam atraídos para a telefonia. “Na Europa, o Carrefour virou um operador virtual bem-sucedido e certamente vai querer repetir o modelo no Brasil”, diz Quadros.

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