Foi dada a largada para os vestibulares. E a novidade são os cursinhos digitais, que começam a se disseminar pelo Brasil. Atualmente, segundo a Associação Brasileira de Educação a Distância, existe no País 1,1 milhão de alunos em cursos não presenciais. A maior parte deles utiliza a internet como suporte para as aulas. Com resumos das matérias, exercícios e simulados, os cursinhos online ganham espaço nesse segmento como forte opção para quem não tem tempo ou dinheiro para se matricular em um pré-vestibular convencional.

Em agosto, alavancadas por campanha publicitária feita por Luciano Huck, entraram no ar as aulas do site Eschola.com, especializado em ensino a distância. O conteúdo das disciplinas foi oferecido pelo cursinho do Instituto Galois, de Brasília, e equivale a 640 horas de aulas presenciais. A partir desta semana, o segmento se populariza com o lançamento do Report Vestibular, programa promovido pela Companhia Suzano de Papel e Celulose em parceria com o Grupo Pão de Açúcar. Seu conteúdo, também equivalente a 640 horas de aulas – o que corresponde a um semestre letivo –, foi desenvolvido pelo Klick Educação e pela Agência A de marketing educacional com base em diversos cursinhos do País. O diferencial está no baixo custo e na maior acessibilidade. O curso é dividido em cinco módulos e para acessá-los basta comprar cinco pacotes de papel Report, da Suzano. Cada um custa R$ 12,90 e traz em seu interior uma senha que garante a navegação por um dos módulos. O cursinho da Eschola, embora mais detalhado, custa R$ 149,90 por mês.

Outra diferença está na linguagem de computação utilizada. O site da Eschola foi desenvolvido em Flash, formato restrito a computadores mais potentes e prejudicado pela lentidão da maioria das conexões discadas, enquanto o conteúdo do Report Vestibular está todo em HTML, mais democrático. “A cada ano, dois milhões de brasileiros prestam vestibular. Para muitos, a possibilidade de entrar em contato com esse material de ensino praticamente de graça pode fazer a diferença”, diz a gerente de marketing da Suzano, Marta Vasconcellos. “O preço do pacote continua exatamente o mesmo. E as folhas podem ser usadas, inclusive, para a impressão do material”, diz. Vale lembrar que apenas os supermercados Pão de Açúcar, Extra, Compre Bem, Barateiro e Sendas disponibilizarão os pacotes com as senhas da promoção. As demais lojas e papelarias continuarão com os pacotes tradicionais, sem senhas. “Até agora, só o Extra vendia papel e o volume não passava de 15 mil pacotes por ano. Com o projeto, toda a rede passa a comercializar o produto”, completa o gerente comercial do Extra Antonio Carlos Rebeque, que espera vender um milhão de pacotes até janeiro.