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Questionado na edição desta terça-feira 19 do "Jornal Nacional" por William Bonner e Fátima Bernardes, o presidenciável tucano José Serra mais uma vez não explicou o seu relacionamento com o engenheiro Paulo Vieira de Souza, também conhecido como Paulo Preto, acusado por líderes do PSDB de desviar R$ 4 milhões da campanha do partido. Numa clara tentativa de se desvencilhar do escândalo, Serra se disse “vítima” e alegou que essa é uma questão interna do PSDB, pois não envolveria dinheiro público. Ao contrário do que diz Serra, no entanto, o episódio Paulo Preto envolve, sim, dinheiro público. A arrecadação irregular só foi possível em função de superfaturamento de obras públicas como o Rodoanel e a ampliação da Marginal Tietê, pagas com dinheiro do contribuinte.

Quando Bonner perguntou se o fato de uma filha do engenheiro ter sido nomeada por ele para cargo de confiança do Palácio dos Bandeirantes não caracterizaria nepotismo, Serra não respondeu. Disse apenas que, quando fez a nomeação, não sabia estar diante da filha de Paulo Preto. E afirmou que ela era apresentada como uma profissional competente. Serra também não fez menção a indício de aparelhamento dos cargos de confiança por parentes e amigos ao deixar de dizer que, quando prefeito da capital, ele contratou a mesma filha de Paulo Preto para a diretoria de eventos da SPTuris, como noticiado pela Folha de S. Paulo. Também não mencionou um caso de tráfico de influência envolvendo a outra filha do engenheiro, funcionária de um escritório de advocacia que defende as empreiteiras clientes de seu pai Preto em obras bilionárias como o Rodoanel.  
 


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