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A seleção brasileira masculina de vôlei desembarcou nesta terça-feira em São Paulo, após a conquista do tricampeonato mundial, ainda sob a sombra da derrota por 3 sets a 0 para a Bulgária, na segunda fase do torneio. As acusações de que a derrota foi intencional ainda irritam os jogadores, que tentaram minimizar a polêmica. Mais exaltado, Giba classificou como "palhaçada" as críticas por conta da derrota.

"É triste você fazer tanto pelo País e ver essa palhaçada. Nunca pensamos em marmelada. Fazemos reunião para tudo, viagem, treinos, elas são constantes. Os mais experiente, claro, falam um pouco a mais. Essa é uma geração de homens, que faz tudo junto e com convicção de estar certo. Se fosse marmelada, não levaríamos 12 jogadores. Apenas poupamos jogadores. Não sei porque falam de derrota para a Bulgária se somos tricampeões. Porque não falam da derrota para Cuba, o melhor jogo do Mundial?", desabafou.

Giba também voltou a culpar o regulamento pela derrota do Brasil para a Bulgária. "O regulamento fez com que acontecesse isso e a culpa não é nossa. O que aconteceu no jogo foi que o Bruninho precisava descansar, o Mundial era uma batalha a cada jogo e fizemos o que era certo para a gente. A gente tinha esse direito de poupá-lo", afirmou.

Dois dias depois de admitir que a derrota para a Bulgária foi proposital e classificá-la como pior momento do Mundial, Mário Júnior recuou da sua declaração e disse que o Brasil apenas decidiu por não atuar com todos os seus titulares. "Foi uma declaração infeliz, no calor da vitória. Ninguém quis entregar", afirmou.

Apesar da polêmica derrota, o Brasil não perdeu o prestígio com o torcedor, satisfeito com a conquista do tricampeonato mundial. Mais de 100 pessoas recepcionaram a seleção no Aeroporto Internacional de Guarulhos. O técnico Bernardinho foi a principal ausência ao permanecer na Itália para descansar. "Ver 100 pessoas nos dando carinho às 6 horas da manhã é ótimo. Não tem coisa melhor e isso nos motiva a querer ainda mais", afirmou o levantador Bruninho.

União

Os jogadores do Brasil apontaram a união do grupo como fator decisivo para a conquista do tricampeonato. O grupo lembrou que precisou superar várias dificuldades até chegar na decisão e derrotar a seleção de Cuba por 3 sets a 0, no último domingo.

A equipe sofreu com o afastamento de Marlon, por conta de uma colite, por quase todo o Mundial. "A gente sempre sofre, já está incluso no pacote. Dessa vez, o problema do Marlon nos preocupou muito e sentimos muito. Se não fosse esse grupo, essa união, seria complicado aguentar esses problemas", afirmou Bruninho.

O levantador revelou que a superação de Marlon o levou a disputar contundido a final do Mundial. "O exemplo do Marlon fez com que eu me obrigasse a jogar a final, por causa do exemplo que ele me passou", revelou Bruninho, que se machucou durante o jogo contra a Itália, pelas semifinais.

No torneio, o Brasil perdeu para Cuba, na primeira fase do Mundial, e Bulgária, na segunda fase. A última derrota aumentou a pressão sobre o grupo por ter sido avaliada como proposital. A seleção foi criticada pelo torcedor italiano, mas a vingança veio nas semifinais, quando derrotou os anfitriões do Mundial por 3 sets a 1.

"A gente sabia desde a Liga Mundial que todos queriam ganhar da gente, em todos os campeonatos. A gente sempre tenta estar unido, independentemente do que aconteceu, como o caso do Marlon, as críticas, as derrotas, como a para Cuba, que nos fez nos juntar. Qualquer coisa que nos coloque em situação difícil nos deixa mais unido", disse Murilo.

Para Lucão, a sequência de títulos do Brasil sob o comando de Bernardinho deixou o grupo mais tranquilo para a final contra Cuba. "Jogar contra Cuba é sempre difícil. Na primeira fase, eles foram espetaculares em um dos melhores jogos do Mundial. O maior legado que nos deixaram na seleção é que quando a amarelinha entra em quadra, os adversários tremem. A responsabilidade era deles e nós levamos o caneco mais uma vez".