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A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, vai se aproximar mais dos cristãos no segundo turno da disputa ao Palácio do Planalto, visitando igrejas e templos evangélicos, e partirá para o confronto político com o adversário do PSDB, José Serra, auxiliada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A nova estratégia, aprovada por Lula, foi acertada nessa segunda-feira em reunião da candidata do PT à Presidência com coordenadores de sua campanha.

Mais tarde, Dilma se reuniu com governadores e senadores eleitos da base aliada em um hotel de Brasília. Foi um ato para mostrar unidade em torno de sua campanha. A portas fechadas, a candidata do PT pediu a todos que a ajudem a combater a "tática de guerrilha" que circula na internet contra ela. Na avaliação do comando da campanha, Dilma perdeu votos para Marina Silva (PV), evangélica, por conta da polêmica em torno da legalização do aborto.

"Vamos disputar palmo a palmo, a partir de agora, todos os fatos e versões", avisou a candidata, na reunião com os eleitos. Sem citar o nome de Serra, ela disse que a oposição vai querer transformar o segundo turno em uma batalha entre éticos e não éticos. "Eu não vou aceitar isso", afirmou Dilma, aplaudida pelos aliados. "Tenho 25 anos de vida pública e nunca tive nenhum processo. Esse vale-tudo não é para nós e não vamos entrar nessa baixaria."

Nove governadores e 20 senadores eleitos gravaram mensagens para a propaganda de TV da petista. O horário eleitoral gratuito – agora apenas com Serra e Dilma – recomeça nessa quarta-feira.

Nova estratégia
Às 7h30 desta segudna o presidente Luiz Inácio Lula da Silva perguntava ao candidato derrotado ao governo de São Paulo Aloizio Mercadante, por telefone, quais seriam as estratégias no Estado para conquistar mais votos para Dilma Rousseff (PT) no segundo turno da corrida presidencial. Lula cobrou empenho e articulação do partido no Estado.

José Serra (PSDB) teve em São Paulo 783.101 votos a mais que Dilma Rousseff. Os petistas chegaram a comemorar há algumas semanas antes do pleito a possibilidade de abrir uma vantagem de 2,5 milhões de votos sobre Serra em São Paulo. O resultado ficou muito aquém das projeções animadoras do partido.

Mercadante foi escalado pela direção do PT estadual para ser o interlocutor de Dilma Rousseff com as lideranças de partidos que estão fora do arco de alianças no Estado. "Vamos conversar com as principais lideranças do PV, de São Paulo e do Brasil inteiro, da bancada federal, estadual. Vamos dialogar com eles. Vou procurar conversar também com a Marina pessoalmente, pela relação que tenho com ela", afirmou Mercadante. O petista ressaltou ter muito "carinho" por Marina.

O principal desafio petista é identificar o perfil dos 4.865.828 de eleitores que optaram pela presidenciável Marina Silva (PV) no Estado. Dirigentes da sigla acreditam que mesmo se o PV declarar apoio a Serra, os eleitores poderão ter um perfil de mais identidade com uma candidatura de centro-esquerda, o que ajudaria Dilma Rousseff.

Ato

O PT fará na sexta-feira um ato de lançamento do segundo turno em São Paulo. Pretende reunir cerca de 500 líderes religiosos, sindicais e políticos, de diferentes partidos, em apoio a Dilma. No sábado, como primeiro ato do segundo turno, será organizada uma carreata, provavelmente na capital paulista. Um calendário de atividades do segundo turno já começou a ser preparado.

Nesta terça-feira os petistas fazem uma reunião com todos os parlamentares eleitos pelo Estado para a Câmara e a Assembleia Legislativa. Na quarta, todos os prefeitos que apoiam Dilma no Estado foram convidados para uma reunião na capital. Na quinta está marcado um encontro com dirigentes sindicais e representantes de movimentos sociais e populares do Estado.