O sucesso da bilheteria de “Batman vs Superman”, da Disney, a maior do ano até agora, é a prova de que aqui o Fla-Flu funciona também no cinema. “Capitão América: Guerra Civil”, da Disney, chega aos cinemas brasileiros na quinta-feira 28 para superar o feito da concorrente. A briga entre os protagonistas da aventura, Capitão América (Chris Evans) e Homem de Ferro (Robert Downey Jr.) terá reforço. E o novo episódio da franquia “Vingadores” vai trazer uma versão do Homem-Aranha (Tom Holland), emprestada da Sony. Seria como se um dos dois times cariocas emprestasse um jogador do Vasco para uma final.

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No novo filme, a Disney separa os heróis, para que eles briguem, se organizando em facções opostas. Como houve muitas mortes de civis nos capítulos anteriores da franquia, quando os personagens tentavam salvar a humanidade, os Vingadores agora precisam rever seu código de conduta, para não serem vistos como ameaça à sociedade.

Capitão América quer que o grupo continue agindo livremente, sem a interferência de uma agência do governo (comandada pelo ator William Hurt). Já Homem de Ferro aceita que os heróis sejam responsabilizados por seus atos, acatando
a supervisão estatal.

O herói aracnídeo deixa a nova aventura mais divertida. Muito jovem e um pouco desajeitado, ele acaba por se tornar uma espécie de mascote da turma com todo o roteiro da descoberta dos poderes como metáfora da adolescência que costuma dar bons resultados nas catracas. 

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SANTO DE FORA
Para engrossar a bilheteria muito jovem, a Disney fez do Homem-Aranha
um pré-adolescente desajeitado que quer se tornar um Vingador

“Estou aliviado com a recepção positiva de Homem-Aranha nos Vingadores. Acho que conseguiremos deixar a plateia com gosto de quero mais”, disse o ator Tom Holland na semana passada, durante a CinemaCon, convenção anual dos exibidores em Las Vegas. Em contrapartida, com “Capitão América: Guerra Civil”, dirigido por Anthony & Joe Russo, a Disney levanta a bola para o “reboot”, o reinício da franquia “Homem-Aranha”, que chega aos cinemas no ano que vem. Embora tenha comprado a Marvel (casa dos Vingadores), em 2009, a Disney não detém os direitos sobre Homem-Aranha, que nasceu na mesma editora. Isso porque o personagem foi adquirido com exclusividade pela Sony, em 1999, quando a Marvel, em crise, topou vendê-lo para equilibrar suas finanças.

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CONVERTIDA
Scarlett Johansson como a Viúva-Negra, a ex-agente soviética
cooptada para o lado dos salvadores da América

A ideia da Disney/Marvel era reaver os direitos do Homem-Aranha. Mas a Sony se recusou a vendê-los. E como não é possível entre times de futebol, Disney e Sony chegaram então a um acordo inédito no ano passado, que beneficia as duas partes. A Sony emprestou o aracnídeo para incursões nos filmes dos Vingadores com o intuito de gerar exposição e injetar vida nova ao personagem. Já a Disney passa a ter acesso a um dos heróis mais populares da Marvel. Todo mundo ganha, sem que o passe precisasse volta à leilão. Agora, na alta.

Fotos: divulgação